segunda-feira, 30 de maio de 2011

O cristianismo e o "Paquequer".

Por Yochanan ben Avraham

Introdução

Para quem não sabe, "Paquequer" é o nome do principal rio de minha cidade, Teresópolis (RJ), cuja nascente fica localizada na Serra dos Orgãos. Assim como muitos outros rios brasileiros, a realidade atual do Paquequer não é nada agradável...pois a falta de consciência ecológica da população tem causado diversos danos a saúde do rio e, porque não dizer, de toda a natureza às suas margens.

Você pode estar se perguntando: "Mas qual a relação entre o Paquequer e o cristianismo ?" Infelizmente, a realidade atual do Paquequer, reflete a realidade do cristianismo e quando fazemos um exame histórico-doutrinário deste seguimento religioso de maneira análoga com o Rio Paquequer, fica uma evidente proposta de revisão de conceitos e práticas.

Acostumados a "sujeira".

Por mais que seja vergonhoso para mim, devo confessar que ao me deparar com as condições do rio Paquequer, não fico escandalizado e nem perco o sono com o quadro degradante de poluição apresentado pelo rio, a quantidade de lixo, o cheiro fétido que suas águas exalam, o numero de ratazanas em suas margens e a quantidade de tubos que lançam esgoto 'in natura' não me causam crises...Isto ocorre porque, infelizmente, desde que me entendo por "gente" vejo este rio assim, ou seja, cresci acostumado com a sujeira do Paquequer... Porém, quando comecei a ter acesso a fotografias do passado do Paquequer e a relatos de gerações anteriores a minha sobre como era este rio, não há como não se sensibilizar e lamentar tudo o que vemos.
No Passado, podia-se tomar banho, navegar e pescar sem nenhuma preocupação ! Hoje, é praticamente impossível encontrar alguém que tenha coragem de "molhar os pés" nele...

Da mesma forma, muitas pessoas hoje não se escandalizam e nem perdem o sono com o que se 'prega' e se faz nas igrejas, pois desde que nasceram, vivem num ambiente apóstata e herege, sem saber o quão longe da verdade bíblica estão.
Não se escandalizam com a substituição do Shabat (Sábado) pelo domingo, porque nunca lhes ensinaram que essa mudança ocorreu em 7 de março de 321 EC (era comum) por ordem de Constantino, contradizendo as Sagradas Escrituras, que afirmam que o Shabat é um sinal perpétuo entre o Eterno e seu povo (Israelitas e estrangeiros enxertados por meio do Messias Yeshua) como pode ser verificado em Shemot (Êxodo) 31.13-17 e Yeshayahu (Isaías) 56. 4-8. Não se preocupam com o fato de se estar celebrando o Natal, festa essa que é um inegável sincretismo com festividades pagãs e idolatras como a saturnália, o que demonstra um total desprezo as advertências bíblicas contidas em D'varim (Deuteronômio) 7. 1-6 e Galutyah (Gálatas) 4.8-10. Não perdem o sono por celebrarem o Pessach (Páscoa) em uma data diferente da ordenada por YHWH e ainda por cima acrescentarem elementos idolatras em algo tão sagrado, esquecem ou não sabem que YHWH determinou quando e como devemos celebrar esta Festa em Shemot (Êxodo) capítulo 12, no entanto, preferem seguir o que o concílio de Nicéia (325 EC) determinou em detrimento das escrituras uma nova data para esta celebração. Sem falar da implementação de elementos estranhos ao mandamento como ovos, chocolate, colombas e etc. simbolismos de culto a divindades incorporadas em algo que devia expressar santidade ao Único e verdadeiro Elohim, YHWH.
Acreditam em engodos sem suspeitarem de que estão sendo enganados, como por exemplo, crer e pregar um arrebatamento pré tribulacionista numa "vinda invisível" de Yeshua, doutrina que começou a ser difundida a partir de 1830 (EC), baseada em interpretações de textos isolados e "visões" de uma jovem de 15 anos que era esquizofrênica...
Nada disso assusta, porque os proponentes destes ensinos, nasceram, cresceram e morreram acreditando que as coisas sempre foram desta forma...mas não imaginam ou imaginavam que as coisas poderiam ser diferentes. Porém, se buscarem conhecer a origem das práticas cristãs, serão obrigados a rever muitas de suas práticas e crenças.

Sede, doenças e morte.

O corpo humano é composto por 70% de água e o ser humano pode ficar até quatro dias sem água ou até sete dias em tempo frio - dependendo, claro, das condições físicas de cada um. Com isso, podemos ter uma noção do quanto a água é importante para nós.
Não são raros os casos de pessoas que, numa situação extrema como estar parcialmente soterrado, ou em meio a escombros, perdidos num deserto ou náufrago em alto mar, terem bebido, para poder sobreviver, a própria urina ou próprio sangue...sede extrema nos leva a uma atitude extrema ! Por isso, não duvido que, se estivermos numa situação assim, não hesitaríamos em beber das águas do "Paquequer", mesmo estando imundas...no entanto, não morreríamos de sede, mas certamente contrairíamos alguma doença (como a cólera por exemplo) que nos mataria aos poucos e de maneira bem angustiante...

Comparemos o que foi dito acima com o que diz Amós 8.11:

"Eis que vêm dias, diz o Senhor YHWH, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras de YHWH.
E irão errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra de YHWH, mas não a acharão.
Naquele dia as virgens formosas e os jovens desmaiarão de sede.".

As escrituras prevê uma fome e uma sede que levarão os homens a percorrerem grandes distâncias para saciarem suas necessidades, fome e sede de ouvir a Palavra do Senhor.
Por causa desta sede anunciada, muitos têm bebido de fontes que jorram águas turvas e a grande tragédia se configura no fato de que ao invés de morrerem  de sede, morrerão em decorrência das doenças causadas pelas "bactérias" existentes nestas "águas" onde a pior delas é a ANOMIA (negação da Torá)

Como escapar, onde encontrar água limpa ?

Mesmo hoje, em pleno Século XXI, onde a poluição é crescente mesmo com o esforço para conscientizar a população, é possível encontrarmos água potável no Paquequer. Se percorrermos o sentido contrário das correntezas do rio, inevitavelmente chegaremos na nascente deste rio, onde poderemos encontrar água limpa e saudável que refrigerará nosso corpo...
A mesma coisa acontecerá espiritualmente se decidirmos encontrar a nascente da Fé, ou seja, onde tudo começou.
Ao contrário do que muitos dizem, este tudo, não começou no Evangelho de Mateus mas muito, muito antes disso. E nestes dias onde celebramos Shavuot (Festa das Semanas, conhecida como Pentecostes), nada mais apropriado do que dizer que a fonte de água limpa e viva, começou a jorrar para nós no Monte Sinai quando o "Memra" (Verbo/Essência) de YHWH nos deu sua santa Lei /Torá.

Voltemos à pureza das escrituras, vamos nos esforçar contra a correnteza deste rio fétido e imundo para chegarmos a nascente da Vida.

Shavua Tov a todos !

domingo, 1 de maio de 2011

Definindo identidades

Por Yochanan ben Avraham com colaboração de Aryeh ben Ohr

INTRODUÇÃO
Nos últimos anos temos presenciado um fenômeno, que só pode ser compreendido após uma verificação detalhada das escrituras. Estamos nos referindo ao abandono de milhares de cristãos de suas práticas tradicionais evangélicas e católicas, para adotarem um estilo de vida de acordo com a Torá. Tais acontecimentos já haviam sido anunciados pelos profetas do Tanach (chamado de Velho Testamento), onde é anunciado o retorno dos dispersos de Israel, principalmente os descendentes das dez tribos do norte, também conhecidas como Efraim, Israel ou casa de Yosef.
Este retorno dos descendentes à Torá, faz parte da restauração, ou melhor, do reerguimento do tabernáculo de David conforme anunciado pelo profeta Amós (9.11) e confirmado pelos emissários de Yeshua em Atos (15.16). Isto está ocorrendo graças ao despertamento que o Eterno tem operado no meio cristão, principalmente entre os evangélicos, pois estes estão sendo conduzidos a examinarem as escrituras e considerarem o contexto em que foram escritas e, por isso, passaram a entender a mensagem pró-Torá que a Brit Chadashá (equivocadamente chamada de Novo Testamento) transmite.

SURGE UM PROBLEMA
Ao se deparar com as discrepâncias que as interpretações cristãs apresentam e com as diversas lacunas que suas incoerências doutrinárias causam, o indivíduo que começa a restaurar a Fé, se vê em uma "encruzilhada", e fica a se perguntar: "Afinal...o que sou e para onde devo ir ??"
Antes de qualquer coisa, é preciso entender que o fato de se perceber que a religião cristã é um desvio dos ensinamentos de Yeshua HaMashiach e seus emissários  (Ver Mateus 5.17-19). Não significa necessariamente que a pessoa tenha que ser judia ! Infelizmente, por não entenderem este detalhe, muitas pessoas acabam abraçando o judaísmo e adotando uma identidade judaica sem serem judeus e passam a viver, por mais contraditório que pareça, um judaísmo que nada tem a ver com a Torá... São pessoas que não souberam diferenciar Judaísmo, Talmud e Kaballah da Torá, não distinguindo o que é tradição e o que é Mitzvá (mandamento), alguns destes chegam a adotar um comportamento que beira a esquizofrenia...

RESTAURAÇÃO OU MUDANÇA DE RELIGIÃO ?
Quando a mensagem de restauração de israel chega aos ouvidos de um cristão e este percebe que a doutrina cristã é falsa (pois nega a Torá), o "ex-cristão", na sua busca por uma doutrina bíblica verdadeira, acaba achando que tem que ser judeu pois percebe que a primazia de Israel nunca foi tirada ou substituida, e como consequência estabelece o judaísmo como o padrão a ser seguido e inicia-se uma espécie de "judeulatria", ou seja, "tudo o que é judaico é bom e deve ser praticado..." Infelizmente isto é feito sem nenhum exame detalhado das origens de certas práticas e tradições mantidas por este judaísmo, pois se examinassem perceberiam quantos elementos estranhos a Torá, relacionados até mesmo com a idolatria e misticismo pagão foram sincretizados e assumidos como judaicos/israelitas como por exemplo a Kaballah (misticismo sumeriano e babilônio), acessórios como a kipá (solideu) e até mesmo a chalá trançada (pão servido no Shabat) as tranças da chalá é um sincretismo com uma antiga crença germânica que atribuia poderes de expulsar demônios nas tranças de uma determinada entidade cultuada por aquele povo.
O exemplo mais claro destes sincretismos são evidenciados nas mitzvot (mandamentos) da mezuzah e o do tefilin em seus modelos tradicionais. Pois a mezuzah era a exposição dos asseret ha dibrot (dez ditos) nos umbrais das portas de maneira que pudessem ser lidos. No entanto, o judaísmo coloca um estojo com outras palavras (que não são os asseret ha dibrot) dentro deste, ou seja, impossível de serem lidos. Esta forma de fixar o estojo, é herdado do costume babilônio de fixar amuletos nas portas para impedir a entrada de demônios nos lares...Além do mais, o Shema, a profissão de Fé dos Hebreus, também foi adulterada como podemos comprovar no Talmud:

" Eles (os sacerdotes) recitavam os asseret ha dibrot (dez ditos/mandamentos), o Shemá, as seções: 'e sucederá que se diligentemente ouvirdes' e 'E YHWH disse'. 'Verdadeiro e firme'. O avodá a benção sacerdotal.' Rab. Yehudah disse em nome de Sh'muel: Fora do Templo, também o povo desejava fazer o mesmo, mas foram impedidos em razão dos 'minim'. Semelhantemente, foi ensinado: R. Natan diz: Eles buscaram fazer o mesmo fora do Templo, mas isso foi abolido em razão das insinuações dos 'minim'. Rabá bar Hanah teve uma idéia de instituir isto em Sura, mas R. Hisda lhe disse: Isto  foi há muito abolido em razão das insinuações dos minim. Amemar teve a idéia de instituí-lo em Nahardea, mas R. Ashi lhe disse: Isto foi há muito abolido em razão das insinuações dos 'minim'
(b.berachot 12 a)

"Seria apropriado ler os asseret ha dibrot (dez ditos/mandamentos) diariamente; e por que não fazemos ? Por causa do zelo dos 'minim', para que não digam: somente esses foram dados a Moshe no Sinai" (j.berachot 3c)

*Minim é um termo talmúdico para grupos considerados hereges, também utilizado para se referir aos seguidores de Yeshua.

Não é razoavel trocar uma mentira por outra, esta troca de "ismos" (cristianismo por judaísmo) se deve a necessidade de uma identidade, por isso estas pessoas acabam indo de um extremo a outro sem medirem as consequencias e implicações desta troca. Não é raro o caso de pessoas entrarem em profundas crises de identidade que chegam a culminar em ateísmo por não saberem discernir onde começa e onde termina as diferenças, e como forma de acalmar a tempestade ideológica em suas mentes confusas, adotam uma em detrimento da outra, tentando eliminar tudo o que possa lhe associar ou lembrar o passado.

Os dois principais erros que podemos definir neste processo são:
1º- Acreditar que para ser salvo tem que ser judeu
2º- Acreditar que aceitar Yeshua o faz judeu

É importante dizer que muitos dos que estão cometendo algum ou todos os erros acima apontados, não fazem por mal, fazem por falta de conhecimento.

"SUICÍDIO ESPIRITUAL"
Devido a esta mudança de religião e, automaticamente, de referências para sua nova identificação, o "ex-cristão" que adota o judaísmo (pensando que esta adotando a Torá), percebe que, segundo as normas do judaísmo tradicional, não pode ser aceito na comunidade judaica, principalmente por crer em Yeshua como Messias ! E por causa desta rejeição, sua identidade fica indefinida pois ele não quer voltar para as mentiras do cristianismo e aquilo que o encantou não o aceitará, então, como ninguém consegue se desenvolver socialmente sem saber quem é, ele acaba vendendo a "primogenitura" (prerrogativa de Efraim, ver Yirmeyahu/Jeremias 31.9) para ser aceito em Yehudah, ou seja, nega Yeshua como Mashiach, e ao negar Yeshua perdem a salvação.
Negar Yeshua como Messias é o comportamento mais comum de quem está passando por esta crise, são pessoas que não entenderam os propósitos de HaShem  quanto a dispersão e restauração do Reino de Israel, estes indivíduos não conseguem enxergar que os preceitos da Torá já eram observados muito antes de Israel existir !! Portanto, ninguém precisa se tornar Judeu para seguír estes preceitos, só para citar alguns exemplos temos Chanoch (Enoque) Noach (Noé) e Avraham (Abraão), homens que andaram com YHWH, e para andar com YHWH precisa-se estar em acordo com ELE (Amós 3.3), trilhar seus caminhos... e seus caminhos são revelados em Devarim (Deuteronômio) 30.16.

HEBREU, ISRAELITA, JUDEU OU ISRAELENSE ?
Hebreu:
Para simplificar as coisas, de modo que todos possam entender, o homem é feito de "algo físico" e "algo espiritual" que chamamos alma. O primeiro homem que o Eterno escolheu para fazer seu povo Israel não era israelita (pois israelitas ainda não existiam) e nem Yehudi (judeu) pois obviamente também não existiam, este homem chamava se Avram (Abrão) que posteriormente passou a ser chamar Avraham (Abraão). Este homem foi o primeiro a ser chamado de "Ha Ivri" (O Hebreu); a palavra "Ivri" significa: "que atravessa", "que cruza". Ou seja, enquanto o mundo estava de um lado, Avraham estava do outro, pois ele atravessou o Rio Eufrates deixando sua cultura, terra e parentes para ir após a ordem de YHWH. Podemos também ver Yonah ha navi (Jonas o profeta) se identificando desta forma: "Anochi Ivri" (Sou Hebreu) e temo a Adonay, O Elohim do céu, que fez o mar e a terra seca" (Yonah 1.9).
O Criador tinha posto uma "alma especial" em Avraham, a "alma hebraica", Avraham teve dois filhos, Ishmael e Yits'chak, mas só Yits'chak foi chamado Ivri (Hebreu), ou seja, somente em Yits'chak foi "depositada" a alma hebraica. Os descendentes de Avraham por parte de Yits'chak e Ya'akov (que passaria a se chamar Israel) foram chamados de Ivriim (Hebreus), cada um deles tinha uma alma hebraica. Em outras palavras, o termo Ivri é usado por todos os descendentes de Avraham "segundo a promessa", aqueles que abandonaram suas culturas, terras e parentelas para seguirem as instruções de YHWH.

Israelita:
Todos os descendentes físicos de Israel deveriam ser hebreus, mas infelizmente, não é assim que acontece, pois muitos destes deveriam estar "do outro lado do mundo", mas estão vivendo segundo o curso deste mundo. O termo hebreu não pode ser aplicado a um descendente de Israel que não vive de acordo com a Torá. As obras destes que "não atravessam o mundo" revelam que não possuem a "alma hebraica" foi o que Sha'ul ha sh'liach quis dizer em sua carta aos que estavam em Roma:

"Não que a palavra de YHWH haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas;
Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de YHWH, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de YHWH, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor.
Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú." Ruhomayah (Romanos) 9.6-13 

Judeu:
Para definir o termo judeu, ao contrário dos demais apresentados anteriormente, é preciso recorrermos a alguns acontecimentos da história de Israel para entendermos o que significa atualmente e o que significou no passado, pois "judeu" teve o seu sentido mudado com o passar do tempo.
No passado, o conceito de judeu relacionado com a religião não existia. este termo ganhou maior relevância por volta do ano 950 AEC (antes da era comum) a partir da divisão do Reino de Israel, quando este se dividiu em Reino do Sul e Reino do Norte.
O sul de Israel foi governado pelo filho de Sh'lomo (Salomão), Rechavam (Roboão) e passou a ser conhecido como Yehudah. Este Reino compreendia geograficamente as tribos de Biniamin (Benjamin) e yehudah (Judá) e era habitado  por pessoas de Efraim, Menashé, Shimon e Levi. conforme pode ser verificado em Melachim alef (1º Reis) 11.29-43;12.21-23; Divrei ha Yamim beit (2º crônicas) 10. 11,1,10,12; 14.8) dentre outras passagens.
Portanto a primeira vez que aparece na escritura o termo yehudim (judeus) é em melachim beit (2º Reis) 16.15-17, porém não havia nenhuma conotação religiosa ou tribal, mas regional, pois "judeu" era aquele que residia em Yehudah malchut (Reino de Yehudah). Isto pode ser entendido melhor quando lemos Ma'assei ha Sh'lichim (atos dos emissários) 22.3 quando Sha'ul ha Sh'liach se descreve como Yehudi (judeu) mesmo sendo um biniamita (benjamita) conforme vemos em Filip. 3.5. Ou seja, ele era judeu não por pertencer a religião agora conhecida como judaísmo, mas por ser descendente do Reino de Yehudah.

O povo de Yehudah.
Após a divisão de Israel, os dois reinos seguiram seus caminhos. Enquanto Efraim (Reino do Norte/Israel), devido sua apostasia, foi levado cativo pelos assírios por volta do ano 720 AEC e de onde muito poucos regressaram  ao seu país de origem. Yehudah, apesar de também ter sido exilado na Babilônia (597 AEC), se manteve, de certa forma, estável. É possível, inclusive, constatar que homens de Yehudah mantiveram-se fiéis a Torá como vemos em Daniel 3.8-27 e 6.2-23.
Yehudah pode retornar a sua terra como pode ser verificado nos livros de Nehemiah e Ezra, enquanto os descendentes das dez tribos (Efraim) foram assimilados pelas nações (Oshea/Oséias 7.8).
Como o número de efraimitas que retornaram do cativeiro assírio era pequeno, estes acabaram sendo absorvidos pelo Reino do Sul (Yehudah), isto pode ser comprovado na Brit Chadashá  nas bessorot (boas novas) de Lucas 2.36, ou seja, uma descendente de uma das dez tribos do Norte (Aser), vivendo em Yehudah.
É importante informar que após os dois exílios, assírio e babilônio respectivamente Efraim e Yehudah, os dois reinos nã existiam mais, porém, devido o regresso dos descendentes do reino de Yehudah e a predominância destes sobre os demais, o termo Yehudim permaneceu. O próprio território passou ser conhecido como "Judéia". No entanto, havia uma diferença entre os yehudim (judeus) residentes em Galil (Galiléia) chamados de galilim (galileus) e aqueles que habitavam as demais regiões da Judéia, chamados simplesmente de yehudim (judeus).
Ao entendermos isto, não seremos confundidos com o fato de Yeshua ser chamado de galileu, pois apesar de ter nascido em Beit Lechem (Belém) ele cresceu em Natzarat (Nazaré) na Galiléia.
Tendo por base o que foi dito até aqui, onde o judeu primitivo é definido como alguém que descendia ou residia no Reino de Yehudah (Judá), e não com um seguidor de uma religião, seria um erro grosseiro pensar que a placa fixada no madeiro onde Yeshua foi morto, cuja inscrição dizia: " Yeshua de Natzarat Rei dos Yehudim", estivesse se referindo a um "Rei da Religião"! Pois o título esta va proposto para o Rei de um povo...

Os judeus atuais e o judaísmo:
Se no passado o termo judeu era aplicado a alguém que residia ou descendia do reino de Judá, atualmente as coisas não são assim.
É preciso entender que, assim como o helenismo  indica um " modus vivendis" helênico (grego), judaísmo indica o "modus vivendis" judeu. Este "modus vivendis" judaico, que nada mais era do que aspectos culturais do povo judeu, começaram a ganhar contornos religiosos por volta dos anos 400 EC (era comum), pois uma das facções de Israel lançou o Talmud Yerushalmi (Yerushalaim), esta obra que era uma compilação dos mestres tradicionais do Século I ao Século V da Era Comum, "transformaram" aquilo que era uma tradição em dogmar e normas a serem cumpridas.
É verdade que desde o Século I estava havendo um sentimento religioso crescente, mas nada comparado ao que viria ser no Século V. E como sabemos, existiram em Yerushalayim os ts'dukim (saduceus), p'rushim (farizeus) e assaim (essênios) e uma série de movimentos e grupos com idéias e conceitos diferentes uns dos outros acerca da Torá, quanto a sua aplicação. E por causa deste conceito religioso gerado por algumas destas facções, qualquer um agora poderia ser judeu se convertendo ao judaísmo.
Ser judeu atualmente é pertencer a uma religião, se você quer ser judeu não pode crer em Yeshua e nem estar numa congregação messiânica, mas sim numa sinagoga judaica tradicional onde a religião judaica é praticada e, como sabemos, se alguém crêr em Yeshua como Messias, cedo ou tarde terá que negá-lo.

Israelense.
Este é o termo mais simples de ser definido, pois israelense é o cidadão que faz parte do moderno Estado de Israel, seja ele Muçulmano, cristão, ateu e etc.

CONCLUSÃO
É fundamental sabermos que, (por mais incrível que pareça), existe uma diferença entre seguir o judaísmo (religião inventada pelos descendentes do reino de Judá) e seguir a Torá. A diferença consiste em que o judaismos é baseado em conceitos de homens como Yeshayahu ha navi (Isaías o profeta) resume muito bem no capítulo 29.13 e 14:

"Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído;
Portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa no meio deste povo, uma obra maravilhosa e um assombro; porque a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus prudentes se esconderá."

Não é em vão que o Eterno torna a advertir o povo contra esta fraude como podemas constatar em Yechezkel ha navi (Ezequiel o profeta) capítulo 20. 18 e 19:

"Mas disse eu a seus filhos no deserto: Não andeis nos estatutos de vossos pais, nem guardeis os seus juízos, nem vos contamineis com os seus ídolos.
Eu sou o YHWH vosso Elohim ; andai nos meus estatutos, e guardai os meus juízos, e executai-os."

Prezado leitor, é necessário que retornemos à Torá, Israel não é uma religião, mas o povo escolhido pelo Eterno Elohim para ser testemunha de suas maravilhas.