sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

“Fome e sede de Yeshua”

Por Yochanan ben Avraham


Dostoievsky, o filósofo e escritor russo, pronunciou uma frase que, a meu ver, é uma das mais precisas e sensatas de toda a história da humanidade, é a seguinte:

“A lacuna do coração do Homem é do tamanho do Criador”

De fato, tal percepção retrata com muita propriedade a real condição do homem, pois, admita (o homem) ou não, há uma necessidade inerente de se crer, adorar e servir a algo ou alguém. O salmista , semelhantemente, fez uma expressão parecida ao afirmar:

“A minha alma tem sede de Elohim, do Elohim Vivo...”
                                                                                         Tehilim (Salmos) 42.2

É sobre essa necessidade de preenchimento afirmada pelo filósofo, esta sede cantada em verso pelo salmista que somos levados a refletir nessa ‘eterna’ condição de dependência que vivemos. Esta necessidade inerente nos leva a procurar qualquer coisa para preencher esta falta de, (para muitos ainda), “não sei o que”, que os consome...  Geralmente, busca-se este preenchimento na religião, seja ela qual for. Por conta disso, se aceita sem questionar, a tudo o que é transmitido como o caminho para a satisfação pessoal e acaba-se por se desenvolver uma religiosidade e não uma espiritualidade, entenda espiritualidade como, uma real relação com o Eterno Criador de todas as coisas. Ou seja, aceitamos amuletos, mantras, elucubrações e superstições como se estas coisas preenchessem o vazio, ou nas palavras do filósofo, a lacuna de nosso coração e assim, como o ainda jovem David, que foi conduzido a vestir a armadura de Shaul que  atrapalhava o seu “caminhar”  [vide Sh’muel alef (1 Samuel) 17.38 e 39] muitos acabam vivendo uma vida opressa, encurvados pelo peso das regras humanas de “como servir ao Senhor” sem conseguir progredir em sua jornada.

FOME E SEDE

O profeta Amós vaticinou:

“Eis que virão dias, - Oráculo de YHWH- em que enviarei fome a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir a palavra de YHWH...”
                                                                                                    Amós 8.11

Tanto a declaração de Dostoievsky quanto a dos filhos de Coré, são constatações de precisão cirúrgica quanto a realidade interior da humanidade!! De maneira análoga a esta situação, leiamos Melachim beit (II Reis) 4. 38-41 e pensemos um pouco. Neste episódio, podemos verificar que a fome fez com que pessoas se provessem de veneno para sobreviver, por mais incrível que isso possa parecer, é compreensível se considerarmos que as pessoas estavam famintas. É importante notar que, não eram pessoas comuns, eram aprendizes/discípulos de profetas! A grande ironia nesta história é que, para sobreviver, colheram veneno...Sim a fome cega!

Da mesma forma, muitos “talmidim” (discípulos), no afã de saciar a fome que, diga-se de passagem, é legítima. Tem se provido de veneno e, infelizmente, muitos já ingeriram e estão morrendo lentamente. Mas por que não discerniram o que era veneno? A resposta está no fato de que, assim como os profetas colheram colocíntidas por serem semelhantes ao pepino, colhe-se Talmud, Kaballah  e cristianismos por “ se parecerem” com Torah...
O que podemos ver nisso é que, a fome e sede de se ouvir a palavra de YHWH têm levado pessoas a percorrerem grandes distâncias, mas muitos não têm tido o cuidado de examinar o que se está colhendo. Vejamos o que o Profeta Elisha (Eliseu) fez, para cortar o efeito do veneno e entender como podemos nos imunizar:

“Então Elisha disse: Trazei-me farinha. Jogou farinha na panela e disse: serve aos homens, para que comam. – E já não havia mais nada de nocivo na panela.”
                                                                                        Melachim beit (II Reis) 4. 41

Acreditamos que nesta passagem temos um grande ensinamento, ou seja, a panela é o mundo, as colocíntidas (veneno) são as diversas doutrinas demoníacas existentes por aí. A farinha lançada...bem, cabe aqui um raciocínio: Com a farinha, se faz o pão, e Yeshua é o Pão Vivo que desceu dos Céus. Isto significa que somente com Yeshua, a Torá viva, poderemos anular os efeitos deste veneno maldito, aplicando os seus ensinos, a sua halachá em nosso cotidiano.

CONCLUSÃO

Chaverim, temos vivido um tempo de muitas “descobertas” e isso deve estar perturbando a muitos, mas gostaria de lembrar a todos as palavras de Sh’lomo (Salomão) em Mishlei (Provérbios) 4.18:

“Mas a senda dos tsadkim (justos) é como a aurora, a vai alumiando até que se faça dia”

 À medida que somos iluminados pela Torá, não devemos hesitar em abandonar práticas e pensamentos que outrora eram considerados como “verdade” mas que, ao serem confrontados pelas escrituras, se revelaram como artimanhas do adversário para impedir nosso acesso a pureza de sua maravilhosa e Viva Torá, Yeshua HaMashiach.

Bendito seja o Eterno nosso Elohim, que têm levantado homens para dizer:

“A MORTE NA PANELA !!!”