Por Yochanan ben Avraham
Dostoievsky, o filósofo e escritor russo, pronunciou uma frase que, a meu ver, é uma das mais precisas e sensatas de toda a história da humanidade, é a seguinte:
“A lacuna do coração do Homem é do tamanho do Criador”
De fato, tal percepção retrata com muita propriedade a real condição do homem, pois, admita (o homem) ou não, há uma necessidade inerente de se crer, adorar e servir a algo ou alguém. O salmista , semelhantemente, fez uma expressão parecida ao afirmar:
“A minha alma tem sede de Elohim, do Elohim Vivo...”
Tehilim (Salmos) 42.2
É sobre essa necessidade de preenchimento afirmada pelo filósofo, esta sede cantada em verso pelo salmista que somos levados a refletir nessa ‘eterna’ condição de dependência que vivemos. Esta necessidade inerente nos leva a procurar qualquer coisa para preencher esta falta de, (para muitos ainda), “não sei o que”, que os consome... Geralmente, busca-se este preenchimento na religião, seja ela qual for. Por conta disso, se aceita sem questionar, a tudo o que é transmitido como o caminho para a satisfação pessoal e acaba-se por se desenvolver uma religiosidade e não uma espiritualidade, entenda espiritualidade como, uma real relação com o Eterno Criador de todas as coisas. Ou seja, aceitamos amuletos, mantras, elucubrações e superstições como se estas coisas preenchessem o vazio, ou nas palavras do filósofo, a lacuna de nosso coração e assim, como o ainda jovem David, que foi conduzido a vestir a armadura de Shaul que atrapalhava o seu “caminhar” [vide Sh’muel alef (1 Samuel) 17.38 e 39] muitos acabam vivendo uma vida opressa, encurvados pelo peso das regras humanas de “como servir ao Senhor” sem conseguir progredir em sua jornada.
FOME E SEDE
O profeta Amós vaticinou:
“Eis que virão dias, - Oráculo de YHWH- em que enviarei fome a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir a palavra de YHWH...”
Amós 8.11
Tanto a declaração de Dostoievsky quanto a dos filhos de Coré, são constatações de precisão cirúrgica quanto a realidade interior da humanidade!! De maneira análoga a esta situação, leiamos Melachim beit (II Reis) 4. 38-41 e pensemos um pouco. Neste episódio, podemos verificar que a fome fez com que pessoas se provessem de veneno para sobreviver, por mais incrível que isso possa parecer, é compreensível se considerarmos que as pessoas estavam famintas. É importante notar que, não eram pessoas comuns, eram aprendizes/discípulos de profetas! A grande ironia nesta história é que, para sobreviver, colheram veneno...Sim a fome cega!
Da mesma forma, muitos “talmidim” (discípulos), no afã de saciar a fome que, diga-se de passagem, é legítima. Tem se provido de veneno e, infelizmente, muitos já ingeriram e estão morrendo lentamente. Mas por que não discerniram o que era veneno? A resposta está no fato de que, assim como os profetas colheram colocíntidas por serem semelhantes ao pepino, colhe-se Talmud, Kaballah e cristianismos por “ se parecerem” com Torah...
O que podemos ver nisso é que, a fome e sede de se ouvir a palavra de YHWH têm levado pessoas a percorrerem grandes distâncias, mas muitos não têm tido o cuidado de examinar o que se está colhendo. Vejamos o que o Profeta Elisha (Eliseu) fez, para cortar o efeito do veneno e entender como podemos nos imunizar:
“Então Elisha disse: Trazei-me farinha. Jogou farinha na panela e disse: serve aos homens, para que comam. – E já não havia mais nada de nocivo na panela.”
Melachim beit (II Reis) 4. 41
Acreditamos que nesta passagem temos um grande ensinamento, ou seja, a panela é o mundo, as colocíntidas (veneno) são as diversas doutrinas demoníacas existentes por aí. A farinha lançada...bem, cabe aqui um raciocínio: Com a farinha, se faz o pão, e Yeshua é o Pão Vivo que desceu dos Céus. Isto significa que somente com Yeshua, a Torá viva, poderemos anular os efeitos deste veneno maldito, aplicando os seus ensinos, a sua halachá em nosso cotidiano.
CONCLUSÃO
Chaverim, temos vivido um tempo de muitas “descobertas” e isso deve estar perturbando a muitos, mas gostaria de lembrar a todos as palavras de Sh’lomo (Salomão) em Mishlei (Provérbios) 4.18:
“Mas a senda dos tsadkim (justos) é como a aurora, a vai alumiando até que se faça dia”
À medida que somos iluminados pela Torá, não devemos hesitar em abandonar práticas e pensamentos que outrora eram considerados como “verdade” mas que, ao serem confrontados pelas escrituras, se revelaram como artimanhas do adversário para impedir nosso acesso a pureza de sua maravilhosa e Viva Torá, Yeshua HaMashiach.
Bendito seja o Eterno nosso Elohim, que têm levantado homens para dizer:
“A MORTE NA PANELA !!!”
Caro Yochanan ben Avraham,
ResponderExcluirShalon!
Muito sábias suas reflexões. Muito clara sua
conclusão.
Textos como este, são verdadeiras fontes de sabedoria.
Um abraço fraterno.
Querido Ach,
ResponderExcluirJá havia escutado um bocado de sermões sobre essa passagem, porém este é o mais profundo e revelador que já conheçi.
HaShem continue derramando da sua Ruach de sabedoria sobre vc!
Em Yeshua HaMashiach,
El'azar ben Avraham
emet chaver !!!
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