sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Midrash Bô



A oitava praga: gafanhotos

Desde que Moshê e Aharon foram ao faraó com a mensagem de Elohim para libertar os judeus, o faraó havia sido castigado com sete pragas. Todas as vezes havia-se negado a dar liberdade aos judeus assim que a praga havia terminado.

Desta vez, Moshê e Aharon se dirigiram a ele pela oitava vez, com a advertência de um novo castigo: uma praga de gafanhotos.

Quando os criados do faraó escutaram esta advertência, voltaram-se para o rei e disseram: "Por quanto tempo mais deixará que este homem, Moshê, nos cause problemas? Prometa-lhe que deixará partirem todos os homens judeus para servir a Elohim. Mas faça com que as mulheres e crianças fiquem no Egito, para ter certeza de que os homens voltarão."

O faraó chamou Moshê e Aharon e perguntou: "A quem quereis tirar do Egito para servir a Elohim?"
"Todos os judeus," disseram, "homens, mulheres e crianças. Levaremos também nossos animais."
"Jamais!" gritou o faraó. "Eu poderia deixar os homens saírem, mas de maneira alguma as crianças. Devem ficar aqui, para ter certeza de que os homens regressem. Veja só o que querem! Fugir do Egito para sempre, e não aceitam fazer alguns sacrifícios. Nunca o permitirei!" Com estas palavras, o faraó virou as costas a Moshê e Aharon.

D’us então fez soprar um forte vento que trouxe gafanhotos ao Egito.

Os egípcios haviam visto gafanhotos antes, mas nunca tantos ao mesmo tempo. Havia milhões! O céu estava tão cheio deles que era impossível ver o sol. Os campos cheios de gafanhotos, como uma gigantesca manta de criaturas saltitantes, não deixavam o menor espaço livre.

A praga anterior, o granizo, havia destruído praticamente todo o cereal, a vegetação, e o pasto do Egito. Agora os gafanhotos saquearam e devoraram até as últimas lavouras que restavam. Logo todos os campos e todas as árvores estavam desprovidos de qualquer alimento. Os egípcios se preocuparam: "Morreremos de fome!"

O Faraó apelou então para Moshê dizendo que deixaria o povo partir se a praga parasse. Moshê então saiu do palácio e rezou. Elohim fez soprar outro vento levando todos os gafanhotos para for a do Egito. Imediatamente o faraó mudou de opinião e não libertou Bnei Yisrael.

A nona praga: Trevas

O faraó não desfrutou do alívio proporcionado pelo desaparecimento dos gafanhotos por muito tempo. Desta vez, Elohim disse a Moshê: "Estende sua mão para o céu, e a escuridão descerá sobre o Egito." Moshê obedeceu e a escuridão começou a descer sobre a terra, como pesado manto negro. O dia se tornou mais escuro que a noite, e a noite se fez ainda mais escura! Os egípcios já não podiam reconhecer as silhuetas, pois tudo estava envolto na mais absoluta escuridão. De nada servia acender velas ou tochas, pois as trevas cobriam tudo.

Com três dias de escuridão, a praga imperava. Elohim fez com que a nuvem negra ficasse tão espessa que os egípcios não podiam mover-se. Quem estava sentado, não conseguia levantar-se. Quem estava de pé, não conseguia sentar-se. Envolvidos na escuridão, todos os egípcios haviam se petrificado na posição em que se encontravam quando as trevas começaram. Assim, permaneceram imóveis por três dias.

Entretanto, os judeus tinham liberdade para entrar nas casas egípcias sem serem perturbados. Não apenas tinham luz nas suas casas, mas cada vez que um judeu entrava num local egípcio, a luz o acompanhava. Os judeus podiam enxergar, no entanto os egípcios na mesma casa não conseguiam ver absolutamente nada. Tal como Elohim havia planejado, os judeus agora podiam abrir armários e baús dos egípcios, onde encontravam valiosos bens. Nenhum judeu tocou num só bem pertencente aos egípcios, simplesmente conferiram os objetos.

Depois, quando Bnei Yisrael saiu do Egito, Moshê os instruiu a pedir aos egípcios: "Deem-nos ouro, prata e roupas para levarmos!"

Os egípcios afirmavam: "Não temos ouro, prata ou roupa!" E os judeus os contradiziam: "Claro que têm! Vi ouro no baú, e roupa atrás da cama." Os egípcios terminaram por admitir que os judeus estavam certos e deram o que lhes era pedido.

Algo mais sucedeu durante a praga das trevas. Entre os judeus, muitos não acreditavam que Moshê e Aharon haviam sido realmente enviados por Elohim para tirar os judeus do Egito. Disseram: "Não cremos que algum dia sairemos desta terra. E mesmo que o fizéssemos, sem dúvida morreríamos de fome no deserto. Preferimos ficar no Egito."

  Elohim então resolveu castigá-los. Morreram nos dias de escuridão, sem serem vistos pelos egípcios, que se os vissem, teriam falado: "Veja estes judeus que morrem? São tão maus como nós!"
Quando terminou a praga da escuridão, o faraó voltou a chamar Moshê e Aharon. Disse-lhes: "Desta vez estou disposto a deixar todos saírem: homens, mulheres e crianças. Porém, devem deixar as ovelhas e o gado para trás, pois precisamos deles."

"Nós também precisamos," respondeu Moshê. "Elohim nos pedirá sacrifícios. Temos de levar todos nossos animais quando partirmos."

O faraó gritou: "Fora daqui! Se tiverem a ousadia de pisar no palácio novamente, matá-los-ei!"
Moshê respondeu: "Não regressarei perante ti. Faço agora um aviso sobre a última praga: Elohim, Ele próprio, descerá ao Egito no meio da noite e matará todos os egípcios que forem os filhos mais velhos. Depois desta praga, você e sua corte virão a mim e suplicarão para irmos embora."

Em seguida, Moshê partiu.

A primeira mitsvá encomendada ao povo judeu: os juízes de Bet Din (tribunal) sempre devem fixar o começo do novo mês judaico.

Antes que a nova praga começasse, Elohim ordenou a Moshê e Aharon que ensinassem ao povo de Israel a primeira mitsvá (preceito). Moshê e Aharon ensinaram então aos judeus a mitsvá de Rosh Chôdesh: (primeiro dia do mês).

Assim que os judeus estiverem estabelecidos em Êrets Yisrael, o Bet Din determinaria todos os meses que dia seria Rosh Chôdesh, o primeiro dia do novo mês judaico. Como o tribunal decidiria quando começar o novo mês?

Vejamos:

Todos os meses a lua "cresce" e se "contrai". No princípio do mês a lua é pequena. Então cresce, até assemelhar-se a uma banana. Até a metade do mês está cheia e redonda, como uma laranja. Logo começa a contrair-se novamente. Volta a diminuir mais e mais, até desaparecer no fim do mês. No próximo mês, volta a aparecer.

Todo judeu que visse a pequena lua nova no começo do novo mês, deveria apresentar-se ao Bet Din. Ali informava: "Vi a lua nova no céu." Os juízes então aguardavam que chegasse outro judeu e afirmasse o mesmo. Logo formulavam às testemunhas numerosas perguntas para assegurar-se de que diziam a verdade. Se os juízes se sentissem satisfeitos, declaravam publicamente: "Hoje é Rosh Chôdesh, o começo do novo mês."

Hoje através de nosso calendário já determinamos o início do novo mês durante o ano inteiro. Porém, quando Mashiach chegar, os juízes do Bet Din voltarão a estabelecer cada Rosh Chôdesh segundo as testemunhas que viram a lua nova


 Elohim ordena o cumprimento de duas mitsvot antes do Êxodo do Egito

 
Elohim ordenou aos judeus que cumprissem duas mitsvot antes de sair do Egito. Somente assim seriam os judeus merecedores dos grandes milagres com que Ele os libertaria: Cada família judia deveria oferecer um corban Pêssach, um sacrifício de Pêssach; Todos os judeus que não tivessem brit milá (circuncisão) deveriam fazê-la antes de comer o corban Pêssach.

  Elohim disse a Moshê que ordenara a Bnei Israel: "Quatro dias antes de Pêssach cada família judia comprará um cordeiro ou cabra jovem. Deverá guardá-los em casa por quatro dias. Na tarde do quarto dia, deverá sacrificá-lo como corban Pêssach, uma oferenda de Pêssach."

Por que, diante de todos os animais, justamente o cordeiro foi o escolhido? Os habitantes do Egito consideravam os animais sagrados, especialmente os cordeiros. Era para eles que rezavam. Para mostrar aos egípcios que estavam equivocados, Elohim ordenou aos judeus que sacrificassem cordeiros, que eram os deuses egípcios. Ao cumprir esta mitsvá, os judeus demonstraram que confiavam em Elohim e que não acreditavam nos ídolos egípcios.

Por que Elohim ordenou que o Povo de Israel preparasse os cordeiros antecipadamente, exatamente quatro dias antes de Pêssach?

Duas razões:

  • 1. Um animal é casher para corban apenas se está perfeito, se não tem defeito sobre o corpo. Durante estes quatro dias, cada família amarrou o cordeiro à cabeceira da cama e examinou o animal minuciosamente para assegurar-se de que era casher para um corban.
  • 2. Elohim ordenou aos judeus que começassem a mitsvá alguns dias antes, para ganharem o mérito de serem tirados do Egito. Imagine que coragem tiveram as famílias judias para pegar um cordeiro – o deus dos egípcios – e prepará-lo para o sacrifício como Corban! Os judeus estavam temerosos, pensando como os egípcios ficariam furiosos quando se inteirassem do que haviam feito. Sem dúvida, matariam todos os judeus! Porém, todos escutaram as palavras de Moshê e obedeceram a ordem Divina. Cada família preparou um cordeiro quatro dias antes de Pêssach. Elohim estava orgulhoso dos judeus. Ao cumprirem esta mitsvá, mostraram que já não acreditavam nos deuses egípcios. Demonstraram também que obedeciam a Elohim, apesar de todo riso que corriam diante dos egípcios. Agora tinham um zechut (mérito) pelo qual mereciam ser redimidos.
Elohim indica aos judeus o que devem fazer com o Corban Pêssach

  Elohim disse a Moshê que ordenara aos judeus: "Na tarde de 14 de Nissan, cada família deverá sacrificar seu cordeiro. Logo deverão pôr o sangue do cordeiro sobre os batentes em ambos os lados da porta principal, bem como sobre o umbral que se encontra sobre a porta."Elohim passará sobre todas as casas do Egito no meio da noite de Pêssach, e matará todos os primogênitos egípcios. O sangue nas casas dos judeus será a prova para Elohim que os judeus O obedecem e cumprem Suas mitsvot. Por isso, terá piedade das casas judias e nada matará ali.

"Cada família judia deverá assar seu cordeiro sobre um fogo aberto e comê-lo durante a noite de Pêssach, junto com matsot e maror (ervas amargas). O maror irá lembrá-los da dura e amarga escravidão no Egito.

"Todos deverão comer o corban Pêssach totalmente vestidos e segurando um cajado na mão, prontos para sair do Egito. Elohim os tirará do Egito nesta mesma noite. Assim, devem estar prontos!Todos os anos, na noite de Pêssach, comerão um Corban Pêssach, em recordação da saída do Egito." 


O Corban Pêssach na época do Beit Hamicdash

O livro Shevet Yehudá nos conta como se apresentava o Corban Pêssach na época do Segundo Beit Hamicdash.

Em rosh chôdesh Nissan, o rei do povo judeu enviava mensageiros a todos que moravam nos arredores de Jerusalém. Os mensageiros anunciavam: "Tragam todos os cordeiros que tenham para vender, de modo que todo judeu possa comprar um animal para seu Corban Pêssach."

Todo judeu que tivesse um animal para vender o levava às colinas próximas a Jerusalém. Os cordeiros à venda eram conduzidos até um riacho para que fossem lavados cuidadosamente. Tamanha era a quantidade de cordeiros que as colinas não eram mais verdes, mas tornavam-se brancas!

No dia 10 de Nissan, quatro dias antes de Pêssach, todos os judeus que precisavam de um animal compravam um. Os quatro dias que faltavam para Pêssach eram dedicados a intensos preparativos que culminariam com a emocionante chegada do Yom Tov.

Quando chegava Erev (véspera) de Pêssach, soavam trombetas e os mensageiros anunciavam: "Escute, Povo de Elohim! Chegou o momento de oferecer o corban Pêssach." Cientes da santidade da mitsvá, os judeus se vestiam com roupas festivas. Ao meio-dia todo o trabalho cessava e a única atividade era a preparação do cordeiro. Todos os judeus dirigiam-se à azará (pátio do Beit Hamicdash) com seus cordeiros.

Fora do pátio havia doze leviim que advertiam as pessoas para não empurrarem-se ao entrar. Dentro, havia outros doze, cuidando para que as pessoas não se empurrassem ao sair da azará. As pessoas entravam em três turnos. Assim que o pátio ficava lotado, os leviim cerravam as portas. Aqueles que ficavam de fora deviam aguardar até o turno seguinte. Todos os cordeiros eram sacrificados na azará. Um cohen recebia parte do sangue da ovelha num recipiente em forma de cone, feito de ouro e prata. Este recipiente cheio de sangue do corban Pêssach devia ser vertido sobre as paredes do mizbeach (altar). Centenas de milhares de recipientes cheios de sangue deviam ser levados ao mizbeach em Erev Pêssach em uma só tarde.

Qual seria a forma mais rápida para que o sangue chegasse ao mizbeach?

Os cohanin formavam filas desde a entrada do pátio até o altar. Com a mão direita, o cohen que se encontrava no começo de uma fila passava o cone de sangue ao cohen que estava ao seu lado, que por sua vez o passava ao que estava junto a ele, e assim sucessivamente até o final da fila, até que o cone chegasse ao cohen que estava junto ao altar. Então, com a mão esquerda, este entregava o cone vazio ao cohen que tinha a seu lado, e assim sucessivamente até chegar novamente ao começo da fila. Cada cohen da fila passava cones cheios com a mão direita em direção ao mizbeach e devolvia cones vazios até chegar ao começo da fila, com sua mão esquerda.

Havia numerosas filas de cohanim. Uma fila usava somente cones de prata e a seguinte, somente de ouro. Era um belo espetáculo! A rapidez com que os cones se moviam em direção ao altar, e de volta dele. Os cones pareciam flechas de prata e ouro que cruzavam os ares!

Agora já sabemos com os cohanim podiam oferecer o sangue de tantos cordeiros numa só tarde. Naturalmente, este ágil manejo dos cones não teria sucesso sem certa prática. Os cohanim começavam a treinar trinta dias antes de Pêssach. Num lugar elevado da azará (pátio) havia dois cohanim com trombetas de prata. Sopravam as trombetas a cada vez que um dos turnos começava a oferecer seus corbanot (cordeiros). Este era o sinal para que os leviim começassem a recitar o Halel com o acompanhamento dos instrumentos musicais. Os judeus recitavam Halel (salmos de louvor) junto com os leviim.

Depois de matar as ovelhas, essas eram desossadas. Nas paredes havia ganchos especiais de ferro, onde prendiam os animais para serem desossados. Depois, os cohanim ofereciam algumas partes das ovelhas sobre o mizbeach, altar.

Cada judeu levava sua ovelha para casa, para assá-la. A maioria dos fornos estava junto à porta principal da casa, para dar caráter público à mitsvá. A oferenda de Pêssach era comida em Jerusalém esta noite, pela família ou pelo grupo que se havia reunido para este corban, como meio de recitar o Halel e louvores a Elohim. Durante a noite de Pêssach, os portais de Jerusalém permaneciam abertos devido à quantidade de gente que ia e vinha. As vozes dos judeus louvando a Elohim podiam ser ouvidas ao longe.

Que Mashiach venha em breve, para que todos possamos voltar a tomar parte na celebração de Pêssach em Jerusalém!


Elohim ordena aos judeus que celebrem Pêssach todos os anos 

Elohim disse a Moshê que ordenara a Bnei Yisrael: "Todos os anos, Bnei Yisrael guardará a festividade de Pêssach durante sete dias. O primeiro e o sétimo dias serão Yom Tov. Os cinco dias intermediários serão chol hamoed.* Durante este período não poderão comer chamets (massa levedada) e suas casas deverão estar limpas de todo chamets. "

Na primeira noite de Pêssach, a mitsvá é comer matsá e relatar na Hagadá Yetsiat Mitsraim, e como Elohim nos tirou do Egito. Todo pai judeu deve contá-la a seus filhos, para que os milagres do Êxodo do Egito jamais sejam esquecidos.

Na verdade, desde que fomos liberados do Egito os pais têm relatado aos filhos sobre Yetsiat Mitsraim. Sentados em torno da mesa do Sêder, rodeados de filhos atentos, os pais relatam com todos os detalhes e os milagres

* Fora de Erets Yisrael, agregamos um dia adicional a cada Yom Tov (festividade). Observamos os dias de Yom Tov, quatro dias de chol hamoed, e outros dois dias de Yom Tov.

O que acontece na noite do seder

Durante a noite do Seder, quando a família se senta em torno da mesa e relata sobre Yetsiat Mitsraim, Elohim reúne todos os anjos do céu e lhes diz: "Vamos escutar como Meus filhos contam sobre a redenção do Egito." Todos os anjos se reúnem e escutam. Os anjos sentem-se felizes porque quando os judeus foram libertados do Egito foi como se Elohim tivesse também sido redimido.
(Quando Bnei YIsrael sofre, é como se Elohim também sofresse). Os anjos também começam a louvar
  Elohim pelos milagres que fez durante Yetsiat Mitsraim. Exclamam: "Olha como é santo o povo que Elohim tem sobre a terra!"

A Torá chama a noite do Seder de "A noite protegida", pois Elohim distinguiu essa noite como noite de milagres para os tsadikim de todas as gerações.
Que milagres?

Alguns dos que ocorreram na primeira noite de Pêssach são:

  • Avraham lutou contra os quatro reis que haviam feito Lot prisioneiro e ganhou a guerra.
  • Durante a época do rei Chizkiyahu, o anjo de Elohim matou o exército dos assírios que estavam em guerra contra os judeus. Isto aconteceu na primeira noite de Pêssach.
  • Daniel foi jogado à jaula dos leões e salvo durante esta noite.
  • Durante a noite de Pêssach, o rei Achashverosh não conseguia dormir. Fez com que lessem seu diário, e assim a história de Purim teve um final feliz.
  • No futuro, durante esta noite Elohim fará milagres por intermédio de Eliyahu e Mashiach, ao final de nosso exílio.
Os judeus aceitam o brit milá e oferecem o Corban Pêssach

Exatamente como Elohim havia ordenado, Moshê instruiu os judeus a prepararem um cordeiro para Pêssach. Moshê disse também: somente os judeus que tivessem brit milá poderiam comer do corban Pêssach. Muitos judeus não tinham brit milá, pois o faraó lhes havia proibido de cumprirem esta mitsvá.

Moshê advertiu os judeus: "Não poderão comer do corban Pêssach, a menos que tenham brit milá. Podem ver que a milá é uma mitsvá importante, pois quando me encaminhava ao Egito, quase fui morto por um anjo, por não ter realizado e me apressado na mitsvá de brit milá do meu filho."

Os judeus aceitaram que Moshê lhes fizesse a milá e a seus filhos.

  Elohim disse: Agora Bnei Israel é digno de ser libertado. Cumpriram duas mitsvot: brit milá e a oferenda de corban Pêssach. Foi num Shabat que os judeus levaram seus cordeiros à suas casas para guardá-los como corbanot Pêssach.

Quando os egípcios descobriram que os judeus estavam sacrificar cordeiros, seus deuses, ficaram furiosos! Todos se reuniram para matar os judeus. Mas Elohim fez um milagre e nenhum egípcio conseguiu fazer mal a nenhum judeu.

Por que o Shabat anterior a Pêssach se chama Shabat Hagadol (O Grande Shabat)

Existem muitas razões pelas quais se dá este nome . Aqui seguem algumas:

Milagrosamente, Elohim salvou os judeus das mãos dos egípcios que queriam matá-los por ter usado seus deuses, os cordeiros, para sacrifícios. Como este milagre aconteceu no Shabat antes de Pêssach, ficou sendo chamado de "Shabat Hagadol", o Grande Shabat, para recordar o milagre para sempre.

Neste Shabat ocorreu outro acontecimento: Quando os egípcios viram que os judeus usavam cordeiros para seus sacrifícios de Pêssach, perguntaram: "Por que estão preparando estes cordeiros?" Os judeus replicaram: "Logo Elohim trará ao Egito uma praga, que será a morte dos primogênitos, e Ele nos ordenou que oferecêssemos sacrifícios de Pêssach para que fôssemos poupados desta praga."

Quando os primogênitos egípcios escutaram isso, apresentaram-se a seus pais e ao faraó e exigiram: "Deixem os judeus partirem em liberdade. Não queremos perder a vida por causa de uma praga!" Os pais e o faraó se negaram, e por esta razão os primogênitos desembainharam suas espadas. Sobreveio uma batalha na qual muitos egípcios perderam a vida. Para recordar este fato, chamamos ao Shabat em que isso aconteceu Shabat Hagadol.

Shabat hagadol também pode traduzir-se com o significado de "O Shabat dos grandes". Até agora, os judeus haviam sido como crianças pequenas, pois nunca haviam cumprido mitsvot. Neste Shabat, porém, cumpriram sua primeira mitsvá: a preparação de um cordeiro para o corban Pêssach. Este foi o começo da observância das mitsvot e em um certo sentido, agora tornavam-se "grandes", como um menino no dia de seu bar-mitsvá. 


A última praga; Morte aos primogênitos egípcios 

Na primeira noite de Pêssach, no exato instante em que deu meia-noite, Elohim desceu sobre o Egito com 900.000 anjos destruidores e matou a todos os primogênitos egípcios, tanto homens como mulheres. Nas casas em que o primogênito já havia morrido, o filho que havia nascido posteriormente a este era morto. Mesmo que um primogênito egípcio tivesse se mudado para outro país, era igualmente morto.

Os animais primogênitos também morriam, pois os egípcios oravam para eles. Se não tivessem morrido, os egípcios poderiam dizer: "Nossos deuses, os animais, causaram esta praga!" Elohim também destruiu as imagens dos egípcios. Quando estes entraram em seus templos na manhã seguinte, viram que todos os ídolos de metal se haviam fundido, os de pedra quebrados, e os de madeira, apodrecidos.

Quando Elohim passou sobre estas casas e matou os primogênitos, destruiu todas as casas egípcias.
Enquanto matava os primogênitos egípcios, Elohim curou os judeus das dores causadas pelo brit milá.

Não pensem que um primogênito egípcio que se escondeu numa casa judia escapou desta praga. Mesmo se estivesse dormindo na mesma cama com um judeu, o egípcio morria, enquanto o judeu era poupado.

O faraó consente em libertar Bnei Israel

Esta noite o faraó foi dormir como de costume. No meio da noite, foi despertado por gritos e prantos, procedentes de todo o palácio. As esposas, os nobres e os criados do faraó haviam encontrado os primogênitos mortos. Quando o faraó viu gente morta por todos os cantos, viu que tinha que agir imediatamente. "Chamemos Moshê e Aharon agora mesmo!" gritou, em pânico. "Devem tirar até o último judeu daqui!" O faraó temia por sua própria vida também: era um primogênito – seria alcançado pela praga?

Foi uma estranha noite. Estava claro como o dia! Elohim iluminou a noite para que todos pudessem ver claramente o castigo que aplicava aos primogênitos.

O faraó estava desesperado atrás de Moshê e Aharon. Mas, onde moravam? O faraó não tinha a menor idéia. Os criados saíram e começaram a bater às portas de todas as casas judias. O faraó falava em cada porta: "Preciso falar com eles AGORA MESMO!" Os judeus não podiam crer em seus olhos. Um rei egípcio que, no meio da noite, ia de porta em porta em busca de Moshê!

Os meninos judeus decidiram pregar uma peça ao faraó. "Moshê vive aqui!" exclamou um menino. "Não, aqui", contradisse outro. Demorou muito ao faraó encontrar a casa que procurava. Rogou a Moshê: "Leva todos os judeus imediatamente – homens, mulheres, crianças, e também os animais. Disseste que somente morreriam os primogênitos, mas não há uma só casa egípcia onde não haja morrido alguém!"

"Por favor, pede a Elohim que não me mate também. Sou primogênito e tenho muito medo de que Elohim me mate."

Moshê respondeu: "Não partiremos do Egito no meio da noite como ladrões. Iremos amanhã pela manhã, conforme as instruções de Elohim!"


O Povo de Israel sai do Egito

Na manhã seguinte, homens, mulheres e crianças judeus saíram da terra do Egito. Junto com eles, foi um grande grupo de egípcios, os eirev rav, que se sentiram tão impressionados após verem as dez pragas que decidiram converter-se ao judaísmo e seguir para Erets Yisrael.

Haviam preparado massa para assar e levar na viagem, mas os egípcios os obrigaram a sair com tanta pressa que os judeus não tiveram tempo para que a massa crescesse. Em vez disso, levaram consigo a massa crua, ázima. Logo assaram ao sol dando origem as matsot, pão ázimo. Os judeus também carregaram sobre os ombros a matsá e o maror que sobrara de seu jantar de Pêssach. Não quiseram pôr esses restos sobre o lombo de burros e os carregaram eles mesmos, tamanho o valor que davam às mitsvot de Elohim.

Antes que o Povo de Israel partisse, Moshê ordenou: "Peçam ouro e prata a seus vizinhos egípcios." Assim o fizeram, e os egípcios deram aos judeus tudo o que pediam. Assim, Elohim cumpriu uma promessa que havia feito a Avraham há mais de quatrocentos anos: "Teus filhos (Bnei Yisrael) morarão em uma terra estrangeira e serão escravos ali. Mas logo irão embora, com grandes riquezas."

O que Moshê fez após sair do Egito

Moshê não pediu aos egípcios ouro e prata para si mesmo. Estava ocupado com outras mitsvot que o impediram de enriquecer, como aconteceu com o resto de Bnei YIisrael.

Entalhou e recolheu madeira de shitim. Quando nosso antepassado Yaacov viajou ao Egito, ali plantou cedros porque sabia que um dia os judeus precisariam da madeira para construir um Mishcan. Agora Moshê recolheu todo este cedro. Os tsadikim que havia entre Bnei Yisrael a tiraram do Egito. Esta madeira foi utilizada para as vigas do Mishcan.

Moshê sabia que o Povo de Israel havia prometido a Yossef levar consigo seus ossos quando saíssem do Egito. Moshê queria cumprir essa promessa. Mas havia um pequeno problema: onde estava enterrado Yossef? Moshê não sabia, pois Yossef havia sido sepultado uns 60 anos antes do nascimento de Moshê. Porém, uma mulher muito velha, Serach, filha de Asher ben Yaacov, revelou a Moshê: "Eu sei onde enterraram Yossef. Puseram seu corpo numa caixa de metal e a jogaram na parte mais profunda do Nilo. Vem, que lhe mostrarei o lugar." Ela conduziu Moshê para local.

Moshê pegou uma prancha de ouro e escreveu sobre ela: "Alê Shor (Ascende Touro), pois Yossef é comparado na Torá a um touro robusto. Elohim fez um milagre e o pesado caixão de ferro flutuou na superfície do Nilo. Segundo outra opinião de nossos Sábios, Yossef foi enterrado no lugar da sepultura dos reis egípcios. Quando Moshê foi ao cemitério deles, viu filas e filas de ataúdes e não podia saber qual era o de Yossef. Elohim, porém, fez com que o ataúde de Yossef milagrosamente se sacudisse. Assim Moshê pôde levantá-lo e o levou para onde o povo judeu se encontrava para levá-lo na jornada do deserto.

As luchot, as tábuas que Elohim entregou a Bnei Yisrael no Monte Sinai estavam esculpidas numa pedra preciosa, a safira. Quando Moshê esculpiu as segundas luchot, Elohim deu a Moshê toda a safira que sobrou do seu trabalho de cinzelar, de modo que Moshê se tornou um homem rico. Elohim concedeu a Moshê a grande honra de ocupar-se do ataúde de Yossef. Ao falecer Moshê no final da Torá quem o enterrou? A resposta é que nenhuma pessoa o fez, mas o próprio Elohim. Esta foi a maior honra que Moshê recebeu de Elohim.


Como Elohim libertou Bnei Israel apesar da magia dos egípcios

Os egípcios eram mágicos fabulosos. Sabiam, com seus truques, como impedir que qualquer um saísse do Egito sem sua permissão. Em cada portal do Egito colocaram cães de ouro. Esses cães começavam a latir, assim que um escravo tentava fugir do Egito. Castigavam o escravo que escapasse, para que este não pudesse sair dos limites do país.

Quando Elohim libertou Bnei Yisrael do Egito, porém, anulou toda a magia. Nem ao menos um dos cães mágicos sequer abriu a boca contra Bnei YIsrael. Os judeus saíram sem nenhum impedimento. Elohim ordenou a Moshê a instruir a Bnei Yisrael em duas mitsvot que os ajudariam a lembrar para sempre como Elohim os havia libertado do Egito.

Pidyon Haben - o resgate do primogênito


Como Elohim salvou todos os primogênitos judeus da morte no Egito, decretou que todo primogênito judeu é santo e lhe pertence. Para tanto, os pais judeus devem redimir seu filho primogênito de um cohen. Como se faz isso? Os pais do filho primogênito pagam ao cohen com dinheiro ou algum objeto que valha cinco selaim (aproximadamente R$ 100,00) aos trinta dias de vida do filho, nascido de parto normal.
  Elohim também estipulou que cada animal primogênito casher pertence ao cohen, a menos que o proprietário pague para redimi-lo do cohen. Tampouco pode um proprietário judeu utilizar o primogênito de um burro.

A mitsvá de colocar tefilin (filactérios)

 Elohim ordenou que todos os homens judeus a partir dos treze anos ponham tefilin todos os dias, exceto Shabat, Yom Tov e Chol Hamoed. Os tefilin contém em seu interior um pergaminho, onde estão reproduzidas algumas partes da Torá. Alguns dos pesukim (versículos) que estão nos tefilin referem-se a Yetsiat Mitsraim. Por conseguinte, ao colocarmos tefilim também recordamos os grandes milagres de Elohim para nos libertar do Egito.


Shabat shalom L'kulam!!!
 

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