Todos nós em algum momento de nossas vidas, nos sentimos desconfortáveis, com uma sensação de estarmos em um lugar errado, fazendo algo que não deveriamos estar fazendo ou deixando de fazer o que deveriamos. É possível até, que alguem se sente assim desde sempre, sentindo o que chamo de "vontade de não sei o quê..."
Atualmente algumas pessoas gastam fortunas com terapias e análises para tentar se encontrar, o que não é nenhum crime, buscam respostas de coisas que, sequer sabem exatamente o que procuram, por isso este artigo, com muita simplicidade, pretende dar uma "luz" para aqueles que se encontram nesta condição de "desconforto", a partir de um ponto de vista criacionista, ou seja, considerando que o homem como um ser criado com um propósito específico para sua existência.
Quando estamos "desconfortáveis" ou "deslocados", não ficamos sossegados e, consequentemente, não temos paz. Esta condição é uma verdadeira "fábrica" de conflitos e todos nós sabemos que conflitos causam feridas e dores... Mas por que ficamos assim? A resposta está no fato de que, geralmente, não sabemos ou esquecemos de quem somos, de onde viemos e nem para onde deveriamos ir ou estar! Para elucidar esta questão vamos ler o que diz Yochanan alef (1ª João) 4.8 (somente a parte final):
"...porque YHWH é amor."
Leiamos também nas bessorot (boas novas) de Yochanan (João) 3.16 o seguinte:
"Porque YHWH amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."
Independentemente de se crer ou não nestas palavras, todos, de alguma forma em algum lugar, já ouviram estas afirmações. Agora, compare estas passagens com o relato da criação em Bereshit 1.27:
"E criou Elohim o homem à sua imagem: à imagem de Elohim o criou; homem e mulher os criou."
Podemos dizer que ao ser criado à semelhança do Eterno Elohim, o homem foi criado para amar!
Alguém poderá dizer: "Mas eu amo e continuo sentindo que falta alguma coisa!" Este é exatamente o ponto que queremos tratar, pois atualmente o termo amar esta perdendo o seu significado por conta da banalização e mesmo uma vulgarização a que estão submetendo este termo, atribuindo a ele apenas um sentido romântico restringindo sua definição impedindo que se possa ampliar o conceito e o significado de amar. Vejamos o que Sha'ul ha shaliach escreveu a kehilah de Corinto:
"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." Curintayah alef (1ª Corintios) 13.4-7
Esta definição apresentada pelo emissário, revela o amor em seu sentido mais elevado, por isso entendemos que o real sentido da vida é amar, e isto pode ser melhor compreendido quando analisamos uma situação muito interessante presente nas sagradas escrituras, vejamos:
"E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo:
Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Yeshua disse-lhe: Amarás o Senhor teu Elohim de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." Matitiyahu (Mateus) 22.35-40
Ao dizer tais palavras Yeshua revela algo muito valioso a todos os homens! Não apenas por dizer quais são os maiores mandamentos, pois se nos detessemos apenas nisto, o sentido ainda ficaria vago, no entanto Ele nos disse que toda Lei depende disso, ou seja, a finalidade da Lei é ensinar o homem a amar, pois é nela que aprendemos como amar, vejamos o seguinte: Quem ama ao Senhor, não terá outros deuses; não fará imagem de escultura e nem adorará estas imagens; não tomará o nome do eterno em vão; guardará o Shabat; não comerá nada daquilo que o Eterno disse ser impróprio para comer; celebrará as Festas do Senhor nos tempo apontados...Quem ama o próximo, honrará pai e mãe; não assassinará; não adulterará; não roubará; não levantará falso testemunho contra ninguém; nem cobiçará nada que pertença ao seu próximo.
Amar é cumprir a Lei (Ver Ruhomayah/Romanos 13.8-10), não é simplesmente sentir uma atração, simpatia ou empatia por alguem ou alguma coisa. Amar é obedecer a instrução (Torá) do Eterno!
Agora vamos analisar outra expressão de Yeshua esclarecedora que corrobora com aquilo que estamos dizendo:
"E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará." Matitiyahu (Mateus) 24.12
Estas palavras fazem parte do discurso apocliptico de Yeshua, que revela aos seus talmidim (discípulos) os sinais do fim dos tempos. É interessante notar que um dos sinais é a multiplicação da iniquidade. A palavra iniquidade tanto no grego (Anomia) quanto no aramaico (Eola) significam "contrário a lei", "oposição a Lei". Foi por isso que Yeshua disse que o amor de muitos iria esfriar, pois a Lei estaria sendo abandonada pelos homens que, por sua vez, estariam cada vez mais empenhados em seguir suas próprias leis em substituição daquelas dadas desde o princípio pelo Eterno, Bendito Seja.
Prezado leitor, fomos criados para amar e sabendo que amar é cumprir os mandamentos do Eterno revelados em sua Santa Torá, arrependemo-nos de nossas transgressões a Lei, e amemos ao Senhor sobre todas as coisas (pois quem o ama guarda os seus mandamentos) e ao proximo como a nós mesmos. Fazendo isto, certamente encontraremos o equilíbrio, o bem estar, enfim...o Shalom que excede todo entendimento.
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