Por Yochanan ben Avraham
Introdução.
Uma das doutrinas bíblicas mais corrompidas se refere à
cobrança do dízimo por parte das igrejas cristãs. Com o objetivo de trazer luz
a este assunto nos propomos a dar uma pequena contribuição escrevendo este
artigo. Pretendemos também que pessoas sinceras em sua devoção, ao lerem este artigo,
possam discernir as coisas conforme estabelecidas pela bíblia e testemunhadas
na História.
Tenho a certeza que muitas destas pessoas vivem oprimidas
por causa deste assunto, pois aprenderam que se não dizimarem estariam
“amaldiçoadas”. Por causa das “conseqüências” previstas, não têm coragem de
perguntar se as coisas são de fato assim, pois se o fizerem já serão taxadas de
rebeldes, incrédulos e coisas do gênero.
De fato, muitos líderes estão explorando a “boa fé” destas
pessoas deturpando as escrituras e para legitimarem a extorsão cometida em
“nome de Deus”, usam e abusam de técnicas persuasivas em seus eloqüentes
discursos.
É bem verdade que alguns líderes não têm esta malícia e nem
fazem idéia do quanto estão equivocados ao afirmarem o dízimo como se prega nas
igrejas, mas se forem humildes para buscarem esclarecimentos sobre o tema,
certamente irão repensar seus discursos e práticas.
Definindo o termo.
O substantivo מעשר “ma’aser” (dízimo), está relacionado com
o verbo עשר “asar” (dizimar) e a primeira menção deste termo (ma’aser/dízimo)
ocorre em Bereshit (Gênesis)14.20. Porém, sua legislação só irá ocorrer na
Torah a partir de Vayikrá (Levítico) 27, passando também por Bamidbar (Números)
18 e D’varim (Deuteronômio) capítulos 12; 14 e26. Depois disso, a palavra
ma’aser/dízimo aparece poucas vezes no Tanach (Bíblia hebraica chamada pelos
cristãos de Velho Testamento). Nos textos pré-exílicos posteriores a Torah, a
palavra ocorre apenas em Amós 4.4, embora haja uma menção de entrega de dízimos
durante a reforma de Ezequias em Divrei hayamim beit ( 2 Crônicas) 31.5. Nos
textos pós-exílicos ma’aser/dízimo é encontrado seis vezes no livro de
Nechemiah (Neemias), duas vezes em Malachi (Malaquias). No livro de Yechezkel
(Ezequiel) este substantivo é utilizado duas vezes para designar a décima parte
de uma unidade de medida.
No livro Makabim alef (Primeiro Macabeus), temos a menção
desta prática em três ocasiões: 1Mk. 3.49; 10.31 e 11.35.
O dízimo na antiguidade.
Ao contrário do que a grande maioria deve pensar o pagamento
de dízimos não se originou com os hebreus e muito menos com a Bíblia! Antigas
civilizações pagãs como fenícios e babilônios, dentre outros, já pagavam o
dízimo. Tabletes de argila com escrita cuneiforme comprovam esta prática na
mesopotâmia, sobre isso, podem-se verificar maiores detalhes nas obras: “The
anciente Orient”, de W. Von Soden. Eerdmans 1994. Pg. 183-198; “Theology of the Old Testament”, de W.
Eichrodt, SCM 1987. Vol. 1, pg. 141-177 e ainda, “Theological Wordbook of the
Old Testament”, Moody press, 1980.
A) O dízimo de
Avraham (Abraão).
Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus
criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã.
E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e
os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.
E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló,
seu irmão, e os seus bens, e também as mulheres, e o povo.
E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a
Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale
do rei.
E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote
do El Elion E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo El Elion, o
Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o El Elion, que entregou os teus
inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
(Bereshit/Gênesis 14.14-20)
Considerando que Bereshit (Gênesis) 14, não seja uma
interpolação tardia de uma narrativa composta a partir de tradições orais, como
acredita a maioria dos eruditos bíblicos, o episódio em que Avraham (Abraão)
paga o dízimo a Malkitsedek (Melquizedeque) é o primeiro texto bíblico
revelando esta prática. No entanto, conforme dissemos anteriormente, a
legislação do dízimo para os hebreus só foi regulamentada bem depois pela
Torah, nos tempos de Moshê (Moisés). Portanto, o dízimo pago por Avraham seguia
o antigo costume daquela região, onde aqueles que venciam as guerras tinham o
direito aos despojos da mesma, e não a determinação bíblica para tal, até
porque a forma de dízimo pago pelo patriarca não é prevista na regulamentação
do dízimo dada para os hebreus.
B) O dízimo de
Ya’akov (Jacó).
Outra menção de pagamento de dízimo na Bíblia no período dos
patriarcas é o que consta em Bereshit (Gênesis) 28.20-22:
E Jacó fez um voto, dizendo: Se Elohim for comigo, e me guardar nesta
viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; E eu em paz
tornar à casa de meu pai, YHWH me será por Elohim; E esta pedra que tenho posto
por coluna será casa de Elohim; e de tudo quanto me deres certamente te darei o
dízimo.
Mais uma vez, o dízimo mencionado por um patriarca nada tem
a ver com o que foi determinado para o povo, neste caso específico observamos o
seguinte: Se o dízimo fosse uma prática comum de Ya’akov, ele não teria feito
tal voto, pois qual o sentido de votar algo que já se faz regularmente?
A forma como Ya’akov fez o voto é o oposto da condição
apresentada pelas igrejas, pois Ya’akov disse: “Se me abençoares lhe darei o
dízimo de tudo”. Enquanto as igrejas dizem: “Dê o dízimo e serás abençoado.”
O que Ya’akov fez, foi um voto. Ele não estava respondendo a
algo sistematizado e obrigatório; Portanto, esta passagem não serve como
“prova” de biblicidade para cobrança de dízimos.
O Dízimo bíblico.
Conforme dito anteriormente, o dízimo como algo sistemático
e obrigatório para o povo do Eterno só foi regulamentado à partir dos livros
Vayikrá (Levítico), Bamidbar (Números) e D’varim (Deuteronômio), mas antes de
tecer comentários sobre como e o que eram os dízimos, não podemos deixar de
propor a seguinte reflexão:
Se o dízimo só foi
regulamentado como obrigatório pela Torah, e se para os cristãos esta mesma
Torah foi abolida, por que então eles cobram fidelidade a este mandamento por
parte de seus membros?
É necessário um verdadeiro “contorcionismo hermenêutico”
para justificarem esta prática, pois a incoerência é flagrante! Vamos aos
textos para entendermos o que era o dízimo e como deveria ser entregue:
Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das
árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.
Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a
sua quinta parte sobre ela.
No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar
debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor.
Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma
maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados.
Estes são os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os filhos
de Israel, no monte Sinai.
(Vayikrá/Levítico 27.30-34)
Da saída do Egito até a conquista da Terra Prometida, os
hebreus foram trabalhados no intuito de ser uma comunidade, uma nação separada,
santa em relação às demais e assim, serem os representantes do Eterno no mundo.
Para que este objetivo fosse alcançado, a Torah foi entregue no Sinai e ela foi
e continua sendo o instrumento utilizado para talhar o caráter do povo.
Durante a peregrinação no deserto, algumas instruções não
tinham como ser observadas devido a vida nômade que o povo levava, logo, os
dízimos de cereais e dos frutos das árvores, por exemplo, não poderiam ser
entregues já que o povo não possuía terras para o cultivo destes mantimentos.
Vale lembrar que neste período os hebreus foram sustentados com Maná:
E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em
terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã.
(Shemot/Êxodo 16.35)
Percebe-se então que durante a peregrinação no deserto os
únicos dízimos que poderiam ser entregues eram os do gado e rebanhos, e por não
estar especificado no texto de Vayikrá (Levítico) como estes deveriam ser
utilizados naquele período, por inferência podemos dizer que os dízimos dos
rebanhos seriam para a realização dos serviços sagrados que, mesmo vivendo de
maneira nômade, os hebreus tinham a obrigação de oferecer sacrifícios e ofertas
a YHWH.
A partir do momento que possuíram a Terra Prometida e
começaram a cultivá-la, os hebreus deveriam entregar também os dízimos do
produto da terra. Os dízimos então passaram a ter mais uma finalidade:
E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por
herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação.
E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação,
para que não levem sobre si o pecado e morram.
Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e eles
levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo
será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão, porque os dízimos
dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por
herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel
nenhuma herança terão. (Bamidbar/Números 18.21-24)
Os Levitas, a tribo que não recebeu terras, pois sua função
era os serviços sagrados tanto no Mishkan (Tabernáculo) quanto posteriormente
no Beit HaMikdash (Templo), passaram a receber os dízimos do povo como forma de
sustento, e mesmo estes repassavam o dízimo dos dízimos para os sacerdotes (ver
Bamidbar/Números 18.26-28).
No livro de D’varim (Deuteronômio), temos outra aplicação,
vejamos:
Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada
ano se recolher do campo. E, perante YHWH teu Elohim, no lugar que escolher
para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto
e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que
aprendas a temer a YHWH teu Elohim todos os dias. E quando o caminho te for tão
comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher
YHWH teu Elohim para ali pôr o seu nome, quando YHWH teu Elohim te tiver
abençoado;
Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que
escolher YHWH teu Elohim; e aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua
alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o
que te pedir a tua alma; come-o ali perante YHWH teu Elohim, e alegra-te, tu e
a tua casa;
Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois
não tem parte nem herança contigo.
Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo
ano, e os recolherás dentro das tuas portas;
Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o
estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão,
e fartar-se-ão; para que YHWH teu Elohim te abençoe em toda a obra que as tuas
mãos fizerem.
(D’varim/Deuteronômio 12.22-29)
O texto acima deixa claro que os produtos extraídos da terra
deveriam atender os anseios espirituais dos israelitas além de promoverem
justiça social, pois além de manterem os responsáveis pelos serviços sagrados,
a cada três anos os dízimos eram destinados aos estrangeiros, órfãos e viúvas.
Enquanto o Templo esteve de pé e o sacerdócio levítico
oficiava, esta legislação deveria ser respeitada e seguida, quando isso não
ocorria, O Eterno levantava homens tementes que reconduziam o povo a esta
prática como podemos constatar em: Divrei HaYamim beit (II Crônicas) 31.1-6;
Nechemiah (Neemias) 10.28, 29, 37 e 38; Malachi (Malaquias) 2.1-9; 3.7-10).
Diante do exposto, fica evidente a relação entre o Dízimo e
a agropecuária, sendo assim, surge à pergunta:
“E quem não fosse
agricultor ou pecuarista, como deveria dizimar?”
A resposta é bem simples, mas antes, em virtude ao
posicionamento cristão quanto ao dízimo, devemos dizer que tal resposta
certamente causará algum incômodo a líderes cristãos que porventura lerem este
estudo...
Como íamos dizendo, as profissões que não estavam ligadas a
agropecuária estavam isentas de pagarem o dízimo. Artesãos, padeiros,
carpinteiros, cozinheiros, guardas, pescadores, mestres de obra, ourives,
caçadores, mercadores, músicos, alfaiates, coletores de impostos, ferreiros,
etc., não tinham a obrigação, pois não há citação bíblica
de que os rendimentos do trabalho desses profissionais
podiam ser cambiados ou compensados por ovelhas ou grãos a fim de se cumprir os
procedimentos dos dízimos. Com isso em mente, mais uma coisa emerge do texto, é
a seguinte: Dízimo nunca foi e nem é dinheiro! Não se pode alegar que isso se
devia ao fato de não haver dinheiro naquela época, pois já nos tempos de
Avraham (Abraão) já existia um sistema monetário (Ver Bereshit/Gênesis
23.15-16), por exemplo.
Quando Malachi exorta o povo sobre os dízimos devemos
ressaltar que ele se referiu a “mantimentos” e não dinheiro:
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
Minha casa...”
(Malachi/Malaquias
3.10)
Estes mantimentos eram armazenados nas câmaras que foram
construídas sob ordem do Rei Ezequias para esta finalidade:
Então ordenou Ezequias que se preparassem câmaras na casa do Senhor, e
as prepararam. Ali recolheram fielmente as ofertas, e os dízimos, e as coisas
consagradas; e tinham cargo disto Conanias, o levita principal, e Simei, seu
irmão, o segundo.
(Divrei HaYamim beit/2 Crônicas 31.11-12)
OBS.:
Observe que existe
distinção entre Dízimos, ofertas e coisas consagradas!
Vale lembrar que, conforme ensina a Torah em
D’varim/Deuteronômio 12, os dízimos deveriam ser comidos e caso não pudesse ser
levado ao local destinado ao seu recolhimento (Yerushalayim/Jerusalém),
dever-se-ia vender o dízimo e com o dinheiro obtido da venda, o ofertante iria
então ao local escolhido e após comprar tudo aquilo que sua alma desejasse para
banquetear-se com sua família na presença do Eterno!
O dízimo no “Novo testamento”.
No chamado Novo Testamento, a citação do dízimo (fora de
textos do Tanach reeditados em seu conteúdo), só pode ser encontrada em dois
livros, os evangelhos de Matitiyahu (Mateus) e Lucas e em nenhum deles se faz
menção a dinheiro, mas em produtos agrícolas!
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da
hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na
lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis
fazer, sem omitir aquelas.
(Matitiyahu/Mateus 23.23)
Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, e da arruda,
e de toda hortaliça, e desprezais a justiça e o amor do Eterno. Ora, estas
coisas importavam fazer, sem deixar aquelas.
(Lucas 11.42)
Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
(Lucas 18.12)
Quando o dízimo se tornou dinheiro?
O dízimo como dinheiro origina-se do cristianismo primitivo
que, diga se de passagem, já estava bem afastado de suas raízes hebraicas e
consequentemente da Torah. O Didaquê (termo grego para doutrina; ensino;
instrução;) conhecida como a “instrução dos doze apóstolos” cuja composição é
situada entre a segunda metade do Século I e meados do Sec. II, embora seja
consenso que NENHUM dos doze apóstolos tenha escrito tal obra apesar da menção
a estes, preceituava que: “que as
primícias do dinheiro, das roupas e de todas as suas posses deveriam ser
dadas.” (13.7).
No Século VI mais precisamente no ano 585 d.C., O rei da
Borgonha convocou um terceiro concílio em Mâcon onde os bispos da Borgonha e
Nêustria promulgaram vinte cânones. Dentre os quais havia um que determinava a
excomunhão daqueles que não pagassem os dízimos. Posteriormente, os soberanos
carolíngios (dinastia de Carlos Magno) tornaram o dízimo eclesiástico como
parte da lei secular. Confirmando-o com uma sanção civil, tornando obrigatório
o pagamento do dízimo à igreja de Roma. Assim, a prática obrigatória do dízimo
foi restabelecida por iniciativa da Igreja de Roma.
Concluindo...
Muito ainda poderia ser dito sobre o tema, pois muitos
desdobramentos ocorreram ao longo dos séculos, mas acreditamos que este resumo
pode indicar o “caminho das pedras” para um maior entendimento sobre o assunto.
Devemos esclarecer ainda que se alguém deseja contribuir
para um trabalho religioso, entenda que isso é uma oferta, caridade ou seja lá
qual o nome se queira dar, e esta oferta deve estar de acordo com aquilo que
propôs no seu coração conforme ensinado por Sha’ul (Paulo):
Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou
por necessidade; porque O Eterno ama ao que dá com alegria.
(Curintayah beit/ 2 Coríntios 9.7)
Referências:
Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Walter A.
Elwell
Dicionário Internacional de teologia do Antigo Testamento. R. Laird Harris; Gleason L. Archer, Jr. Bruce K. Waltke. Além de diversos sites na internet