segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sedrá do Shabat de 30/11/13 (D’varim 8)

Por Yochanan ben Avraham

Introdução.

Dando continuidade a tarefa de postar a sequência de comentários do Sefer D’varim (Livro de Deuteronômio), que não haviam sido postadas neste blog, hoje trazemos o resumo do que foi comentado na Kehilah na data indicada no título deste texto. Logo nos dois primeiros passukim (versículos) deste perek (capítulo), nos salta aos olhos informações importantíssimas para a formação do caráter israelita, vejamos:

A obediência aos mandamentos conduz a vida.

Por mais desafiador que seja, manter uma atitude positiva em relação aos mandamentos de Adonai e isto nos custar: o conforto material; o prestígio social ou até mesmo nossa própria vida, temos a garantia dada pelo Eterno que nada será em vão. Este entendimento é bem definido nas palavras de Shaul, o emissário, pois no que diz respeito ao serviço à Adonai ele declarou:

Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.
(Curintayah alef/1 Coríntios 15.58)

A importância da memória para manutenção da identidade.

Se apagarmos os rastros de nossa caminhada, “deletando os arquivos de nossa memória”, certamente não saberemos como chegamos até onde estamos e se percebermos que não estamos onde deveríamos estar como poderemos saber onde erramos se não temos os registros de onde passamos? Como corrigir a rota se não memorizamos o percurso? É exatamente isso que O Eterno sugeriu ao ordenar ao povo:

...E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos... (D’varim/Deuteronômio 8.2)

Lembrar do caminho percorrido, das situações vividas e, principalmente, das manifestações do Eterno para nos corrigir, auxiliar e etc., pode ser a diferença entre a vida ou a morte, sucesso ou o fracasso, pois como se diz: “um povo que não conhece sua história esta fadado a repeti-la...” Com essa perspectiva, na mesma carta, Shaul escreve aos israelitas que estavam em Corinto as seguintes palavras:

E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar.
E não nos forniquemos, como alguns deles fizeram; e caíram num dia vinte e três mil.
E não tentemos a Adonai, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes. E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor. Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.
(Curintayah alef/1 Coríntios 10.6-11)

É na aflição que sabemos quem somos.

Em que se baseia nossa relação com O Eterno? Nossa obediência a Ele está condicionada a alguma circunstância? A forma como, na prática, respondemos estas questões traz a tona o que somos de verdade. Se nossa fidelidade ao Eterno depende de circunstâncias favoráveis para executar Sua vontade, não há mérito em nossa atitude. Porém, se independente do que aconteça, obedecemos a seus mandamentos, certamente estamos dando um grande passo para a nossa elevação, pois como disse o salmista:

Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite.
Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará.
(Tehilim/Salmos 1.1-3)

E ainda:
Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada que os faça tropeçar.
(Tehilim/Salmos 119.165)

Tudo é dEle por Ele e para Ele!

Neste capítulo observamos também que O Eterno pode nos levar a aflição, para isso Ele tem seus meios e agentes. Se entendermos que a finalidade destas aflições é o nosso aperfeiçoamento não haverá margens para uma “paranóia” que, infelizmente, muitos estão vivendo por ficarem tentando descobrir quem são os tais agentes causadores, supondo “poderes” que agem independentemente da vontade do Eterno... O que seria uma transgressão do primeiro dos asseret hadibrot (dez ditos; conhecido como os dez mandamentos):

Eu sou YHWH Eloheicha, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros elohim (deuses/poderes) diante de mim.
(Shemot/Êxodo 20.2-3)

 Devemos atentar para o que realmente importa, ou seja, agir em conformidade com a Torah, sendo fiel aos seus preceitos, pois como também disse Shaul hashaliach:

E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam ao Eterno, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
(Ruhomayah/Romanos 8.28)

É importante dizer que os que amam ao Eterno são aqueles que guardam Seus mandamentos. Por isso tudo acaba bem para estes!


É notória a mensagem de que tudo o que somos e temos vem do Eterno e que deve haver este reconhecimento por todo o período que vivermos. Lembrar que não só de pão viverá o homem, ou seja, só da satisfação das necessidades matérias, é fundamental para aqueles que desejam desfrutar do Shalom que excede todo o entendimento.

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