domingo, 18 de maio de 2014

Sedrá do Shabat de 11/01/14 (D’varim 14)

Por Yochanan ben Avraham

Introdução.

As diversas prescrições deste capítulo têm o claro objetivo de reforçar na mente dos hebreus, o caráter santo de sua vocação, a qual deve ser manifesta nos mais diversos aspectos da vida humana: Na perda de algum ente; na alimentação; no comprometimento com o Eterno e com o seu próximo, o israelita deve ser fiel, ou seja, ter ‘emunah’ (Fidelidade/Fé) aos mandamentos do Eterno.

Relação com a morte.

A morte faz parte da vida e por isso deve ser encarada como algo natural. No entanto, por causa da dor da separação imposta pela morte, muitos se desesperam e acabam atravessando “fronteiras” perigosas e adentrando “terrenos” perigosos, por isso o Eterno proíbe de maneira enfática:

Filhos sois de YHWH vosso Elohim; não vos cortareis a vós mesmos, nem abrireis calva entre vossos olhos por causa de algum morto.
Porque és povo santo a YHWH teu Elohim, e YHWH te escolheu para lhe seres o seu próprio povo...
(D’varim/Deuteronômio 14.1-2)

A ordem de não se mutilar por causa de um morto servia para manter distância entre Israel e a idolatria, pois conforme é documentado em Melachim alef (I Reis) 18.28, o alto flagelo está intimamente ligado a idolatria:

Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem.
E eles clamavam em altas vozes e, conforme o seu costume se retalhavam com facas e com lancetas, até correr o sangue sobre eles.

Alguns entendem que o ato de fazer incisões no corpo, incluiria a tatuagem. Contudo, a proibição diz respeito a incisões POR CAUSA DE UM MORTO. Logo, quando alguém fizesse uma tatuagem por algum motivo que não fosse um morto, mas por questões “estéticas”, por exemplo, não estaria transgredindo o mandamento, no entanto, quando buscamos conhecer as origens destas práticas, percebemos suas perigosas relações, vejamos:

No Egito, as mulheres que dançavam nos funerais por volta de 2000 a.C., tinham seus corpos desenhados com os mesmos desenhos encontrados nas múmias do sexo feminino daquele período. Mais tarde, nota-se também o surgimento de tatuagens que representavam “Bes”, a deusa egípcia da fertilidade e da proteção dos lares.

Nas ilhas do pacífico, a tatuagem faz parte da cultura de diversos povos desta área:

No Havaí, por exemplo, quando as pessoas estavam de luto, elas tinham três pontos tatuados na língua.

Em Borneo, os nativos costumavam gravar a imagem de um olho na palma da mão do falecido para que servisse como um guia espiritual que o levaria à próxima vida.

Na Nova Zelândia, os Maoris – um povo nativo da região – tatuam o rosto como uma forma de expressão e uma maneira de identificar a família a que se pertence. (Fonte: ngm.nationalgeographic.com)

Como podemos observar, mesmo que as motivações para se fazer uma tatuagem não esteja relacionada ao luto ou coisa parecida, a prática em si está comprometida com práticas reprovadas pela Torah. Neste caso, a pergunta que fazemos é: Como povo de Elohim, devemos estar associados com estas coisas?

Kashrut (Leis Alimentares).

Em uma citação atribuída a Hipócrates (460 a.C – 377 a.C), temos uma maneira bem simples para explicar a Kashrut (Leis alimentares) descrita do passuk (versículo) três até o vinte e um:

 “O homem é aquilo que come”.

 De fato, como o mesmo Hipócrates disse: "Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio", percebemos que a alimentação não é algo trivial. Portanto, a constatação daquele que é considerado o “Pai da Medicina”, corrobora com aquilo que muito tempo antes já havia sido revelado, ainda que indiretamente, pela Torah.
Diante do exposto acima poderíamos até concluir que se o alimento que consumimos vira energia, logo, ao consumirmos alimentos impuros geramos “energia impura”!

Embora a relação entre a Kashrut e a saúde do corpo seja inegável, a principal razão não é esta, mas a saúde espiritual, que se manifesta na capacidade de se submeter à vontade de Elohim, ou seja, ser obediente aos mandamentos do Eterno. Pois se não somos capazes de resistir os impulsos que estão dentro de nós, como resistir às pressões externas que um mundo contrário a Torah nos impõe?

A kashrut, assim como toda Torah, não foi abolida. Rabi Yeshua HaNotzri ensinou que:

Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido.
(Matitiyahu/Mateus 5.18)

Alguns textos da Brit Chadashah (também chamado de Novo Testamento) são citados na tentativa de afirmar que a Kashrut foi revogada por Yeshua. Na verdade, se isso fosse verdade Yeshua teria mentido ao afirmar a perpetuidade da Lei e, consequentemente ele teria que ser descartado como Messias, O fato é que tanto ele quanto seus talmidim (discípulos) tiveram suas palavras desconectadas dos contextos em que estavam inseridos criando, por assim dizer, doutrinas estranhas à Torah. Vejamos os textos mais utilizados e suas respectivas explicações de forma bem resumida:

A) E ajuntaram-se a ele os fariseus, e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém.
E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam.
Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes;
E, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas.
Depois perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar? (Marcos 7.1-5)

Precisamos entender que a acusação era de que os talmidim (discípulos) de Yeshua NÃO LAVAVAM AS MÃOS... E não de que eles comiam coisas impuras! Além do mais, foi dito que isso seria uma desconformidade com a Tradição dos Anciãos e não uma transgressão a Torah!

B) E no dia seguinte, indo eles seu caminho, e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta.
E tendo fome, quis comer; e, enquanto lho preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos,
E viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra.
No qual havia de todos os animais quadrúpedes e feras e répteis da terra, e aves do céu.
E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come.
Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda.
E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Elohim purificou.
(Ma’assei/Atos 10.9-15)

Neste caso, o tema não é alimentação, mas o anuncio das Boas Novas aos gentios e, mesmo assim, se fosse alimentação, Kefa (Pedro), mesmo numa visão, havia rejeitado tal proposta afirmando que de modo nenhum comeria, pois jamais havia ingerido coisa imunda! Agora pense um pouco: se Yeshua tivesse abolido a kashrut (Leis Alimentares) quando ainda estava entre seus talmidim (discípulos) e Kefa (Pedro) era seu talmid (discípulo), por que razão ele, anos depois, ainda observava a Kashrut? Mas se continuarmos a leitura do texto perceberemos com clareza que não se tratava de autorização para ingestão de coisas imundas, pois Kefa entendeu que os animais que desciam num vaso como um lençol era uma representação dos povos pagãos:

E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou.
Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.
E, falando com ele, entrou, e achou muitos que ali se haviam ajuntado.
E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Elohim mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo. (Ma’assei/Atos 10.25-28)

C) Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.
Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Elohim o recebeu por seu.
Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Elohim para o firmar.
Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.
Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Elohim; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Elohim.
(Ruhomayah/Romanos 14.1-6)

Outra questão bem simples de ser resolvida. A problemática aqui era o comer carne ou não, ou seja, deveríamos ser vegetarianos? E Sha’ul resolve a situação afirmando que isso não seria problema se a posição assumida tinha por objetivo glorificar O Eterno! Em nenhum momento a sugestão de comer algo impuro está em questão, há inclusive um trecho muito interessante desta passagem, pois fica “no ar” a questão de dias diferentes associados à questão do comer carne... Estaria havendo uma discussão sobre os dias em que se poderia comer carne ou não? Se a resposta for positiva, vale lembrar que existe uma religião que em determinada época do ano proíbe seus adeptos de comerem carne em certas épocas do ano.
A carne que o texto se refere, obviamente não poderia ser alguma que não fosse permitida pela Torah, pois Sha’ul era judeu e observador da Lei, e como judeu, certamente ele sabia quais carnes eram lícitas.

D) Ora a comida não nos faz agradáveis a Elohim, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta. (Curintayah alef/1 Coríntios 8.8)

Ao nos depararmos com a palavra “comida” num texto de origem hebraica, devemos ter em mente o que é considerado comida para este povo, do contrário, poderemos cometer graves erros doutrinários e propagarmos inverdades.
No texto acima, a questão mais uma vez é simples de ser esclarecida a partir de seu contexto, pois não se trata, novamente, de abolição da Kashrut, mas do problema de ingestão de alimentos sacrificados e/ou oferecidos a ídolos e a repercussão de tal ato naqueles que, segundo as palavras do emissário Sha’ul, tinham a “mente fraca” podendo entrar em alguma “paranóia” por causa da situação.

E) Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Elohim criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; Porque toda a criatura de Elohim é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. Porque pela palavra de Elohim e pela oração é santificada. (1 Timóteo 4.1-5)

Infelizmente, pessoas que não consideram o contexto histórico da epístola em questão, acabam sugerindo que quando alguém ensina que precisamos nos abster de algum alimento, está sob a influência de espíritos enganadores, mas não é isso que o texto está dizendo. O autor é enfático quando diz: “... Ordenando a abstinência dos alimentos que Elohim criou”. Notem que o autor se refere à abstinência daquilo que foi criado, ou seja, permitido como alimento! E o que nos foi dado como alimento? Vejamos:

E disse Elohim: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.
E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.
(Bereshit/Gênesis 1.29-30)

E o temor de vós e o pavor de vós virão sobre todo o animal da terra, e sobre toda a ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues.
Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde.
A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.
(Bereshit/Gênesis 9.2-4)

Podemos observar que a partir deste momento o homem passa a ingerir carne, mas será que todo o tipo de carne deveria ser consumida?

E falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo-lhes:
Fala aos filhos de Israel, dizendo: Estes são os animais, que comereis dentre todos os animais que há sobre a terra;
Dentre os animais, todo o que tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, e rumina, deles comereis.
Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo;
E o coelho, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; esse vos será imundo;
E a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; essa vos será imunda.
Também o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, mas não rumina; este vos será imundo.
Das suas carnes não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; estes vos serão imundos.
De todos os animais que há nas águas, comereis os seguintes: todo o que tem barbatanas e escamas, nas águas, nos mares e nos rios, esses comereis.
Mas todo o que não tem barbatanas, nem escamas, nos mares e nos rios, todo o réptil das águas, e todo o ser vivente que há nas águas, estes serão para vós abominação.
Ser-vos-ão, pois, por abominação; da sua carne não comereis, e abominareis o seu cadáver.
Todo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação.
Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango,
E o milhano, e o abutre segundo a sua espécie.
Todo o corvo segundo a sua espécie,
E o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião segundo a sua espécie.
E o bufo, e o corvo marinho, e a coruja,
E a gralha, e o cisne, e o pelicano,
E a cegonha, a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego.
Todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, será para vós uma abominação.
Mas isto comereis de todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés: o que tiver pernas sobre os seus pés, para saltar com elas sobre a terra.
Deles comereis estes: a locusta segundo a sua espécie, o gafanhoto devorador segundo a sua espécie, o grilo segundo a sua espécie, e o gafanhoto segundo a sua espécie.
E todos os outros insetos que voam, que têm quatro pés, serão para vós uma abominação.
E por estes sereis imundos: qualquer que tocar os seus cadáveres, imundo será até à tarde.
Qualquer que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde.
Todo o animal que tem unha fendida, mas a fenda não se divide em duas, e todo o que não rumina, vos será por imundo; qualquer que tocar neles será imundo.
E todo o animal que anda sobre as suas patas, todo o animal que anda a quatro pés, vos será por imundo; qualquer que tocar nos seus cadáveres será imundo até à tarde.
E o que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde; eles vos serão por imundos.
Estes também vos serão por imundos entre os répteis que se arrastam sobre a terra; a doninha, e o rato, e a tartaruga segundo a sua espécie,
E o ouriço cacheiro, e o lagarto, e a lagartixa, e a lesma e a toupeira.
Estes vos serão por imundos dentre todos os répteis; qualquer que os tocar, estando eles mortos, será imundo até à tarde. (Vayikrá/Levítico 11.1-31)

Depois que O Eterno estabeleceu seu pacto com as normas para os hebreus e todos aqueles que querem fazer parte do Seu povo, tornando-se um povo peculiar, e por assim dizer santo, fica claro que a alimentação também faz parte deste processo de separação dentre os demais povos. Portanto, se somos israelitas, ou mesmo, estrangeiros que desejam servir ao Elohim de Toda a Terra, devemos atentar para estas coisas e sermos santos, como Santo é aquele que nos chamou.

Dízimos

Os passukim (versículos) vinte e dois ao vinte e nove deste perek (capítulo), tratam de outro tema muito discutido nas religiões. Referimos-nos aos dízimos. A questão é: Seriam os dízimos dinheiro? Por questões de brevidade, sugerimos ao amigo leitor que leia nosso artigo que trata deste assunto com detalhes no seguinte link:

Shavua tov a todos e até a próxima!!!


2 comentários:

  1. nao é oque entra pela boca que contamina o homem, mas oque sai.. oque sai vem do coração... o homem é o templo, e no templo se santifica. yeshua nao chegou a tocar em cadaver? entao ele ficou impuro?

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    1. Shalom Itiberê.
      Em primeiro lugar gostaria de agradecer sua participação e elogiar sua pergunta, pois além da relevância ela possibilita comentar algo que muitas vezes não é considerado por muitos. Vamos as questões:
      Sobre a impureza de Yeshua, consideremos que, se ele não veio abolir a Lei/Torah, evidentemente, ao tocar um cadáver ele estaria impuro... Vale lembrar, contudo, que impureza é uma coisa e pecado é outra. Isso posto, da mesma forma em que ele ficou impuro e sendo um mestre da Torah, obviamente após o contato com o cadáver, ele teria realizado o rito de purificação descrito em Bamidbar (Números) 19. Este é o ponto que devemos considerar, pois o fato de não haver registro de que Yeshua tenha passado por este rito, não significa que ele não tenha feito... Da mesma forma como não está escrito que Elisha (Eliseu) tenha se purificado após tocar o cadáver do filho da sunamita em Melachim beit (II Reis) 4, é razoável pensar que após isso ele tenha cumprido as determinações da Torah sobre esta situação.
      Espero ter esclarecido.

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