sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Midrash Chayê Sara



A morte de Sara

Depois da Akedá (sacrifício de Yitschac), Avraham voltou para sua tenda em Beer Shêva, mas não encontrou lá sua esposa Sara.
"Onde está Sara?" - perguntou aos seu servos. Estes o informaram: "Sara viajou para Chevron (Hebron)." Avraham foi em busca dela. Quando chegou a Chevron, ficou sabendo da triste notícia: sua mulher havia falecido.

O Midrash explica: Como Sara faleceu

O anjo mau, Satan, apareceu perante Sara depois que Avraham havia partido rumo ao monte Moriyá junto com Yitschac, para oferecê-lo como sacrifício. Satan tinha o aspecto de um homem comum. Suas roupas estavam empoeiradas como as de um viajante que anda pelas estradas. Contou a Sara: "Encontrei-me com seu marido, Avraham, e não imagina o que estava fazendo. Construiu um altar e pôs seu filho Yitschac sobre ele. Yitschac chorava implorando por piedade, mas Avraham se recusou a atender às comoventes súplicas de Yitschac. Amarrou as mãos e os pés do filho e o matou." Sara começou a chorar. Pôs cinzas sobre a cabeça. "Meu filho Yitschac!" - exclamou ela. "Quem dera tivesse morrido em seu lugar. Mas sinto-me reconfortada e consolada porque sei que foi cumprida a palavra de Elohim. Elohim é justo em tudo que faz.

Mesmo que meus olhos derramem lágrimas, meu coração está feliz por Avraham ter obedecido à ordem de Elohim." Sara desmaiou de emoção, mas logo depois se sentiu melhor. Disse às servas: "Viajarei a Chevron para descobrir alguma coisa mais sobre o que ocorreu com Yitschac!"
No caminho, Sara perguntava a todos que encontrava: "Vocês viram Avraham e Yitschac?" Mas ninguém soube lhe dizer nada.
Quando Sara chegou a Chevron, Satan voltou a apareceu-lhe outra vez. Disse-lhe: "Antes, menti a você. A verdade é que, apesar de Avraham ter amarrado seu filho Yitschac sobre o altar, não o matou no final." Sara sentiu-se dominada por tanta felicidade com esta notícia maravilhosa que não pôde suportá-la. O coração parou de bater e ela morreu.

Avraham guarda luto por Sara

Sara tinha cento e vinte e sete anos quando morreu. Viveu cada um de seus anos com integridade, aceitando todos os decretos de Elohim com alegria. Mesmo aos cem anos de idade, era livre de pecados como alguém de vinte anos (que pode ser considerado livre de pecados porque com esta idade ainda não está sujeito à punição celeste). Avraham lamentou muito sua morte. Com profundo pesar, exclamou: "Todos devem chorar a morte desta grande tsadeket, porque Elohim abençoou todas as pessoas por seu mérito.
"Sara serviu a Elohim durante toda sua vida. Constantemente preparava comida para hóspedes e também os ensinava a crer em Elohim.
"Durante toda sua vida, a nuvem da Shechiná (Presença Divina) pairava sempre sobre sua tenda. Elohim abençoava sua massa de modo que sempre tinha pão em abundância; as velas que acendia na véspera do Shabat permaneciam acesas até a véspera do Shabat seguinte. Agora que ela não está mais aqui, tudo isto cessou." Sara foi a primeira das quatro matriarcas, fundadoras da nação judaica. Foi uma das sete profetisas conhecidas.

As sete profetisas foram:
• Sara
• Miriam (irmã de Moshê)
• Devorá (a juíza)
• Chana (mãe do profeta Shemuel)
• Avigail (esposa do rei David)
• Chulda (que profetizava para as mulheres à época em que Yirmiyáhu profetizava para os homens)
• A Rainha Ester

Sara era tão grande que Elohim falava diretamente com ela; enquanto que com outras profetisas Ele falou apenas através de mensageiros. Ela foi uma tsadeket de tal envergadura que até os anjos estavam sob seu comando. Quando ordenou ao anjo: "Golpeie", este afligiu o Faraó e toda sua casa com pragas. Quando o rei Shelomô (Salomão) compôs a canção Êshet Cháyil, tecendo louvores à Mulher Virtuosa, aludiu a Sara. Todos os versos da canção, do primeiro ao último, referem-se a ela, uma vez que cumpriu toda a Torá, do começo ao fim.

Avraham compra a Gruta de Machpelá

Avraham conhecia o local onde desejava sepultar Sara. Havia uma gruta, perto de Chevron, onde Adam e Chava estavam enterrados. Era um lugar sagrado, chamado "Gruta de Machpelá." Avraham se propôs a comprar a gruta de seu proprietário, que se chamava Efron. Primeiro, porém, queria pedir permissão para à tribo de Efron, os Benê Chet: "Por favor, deixe-me comprar um pedaço da propriedade para uma sepultura," pediu a eles. Os membros da tribo Benê Chet responderam: "És um homem famoso, um príncipe de Elohim. Daremos a ti qualquer propriedade onde desejas sepultar teus mortos." Avraham curvou-se para agradecer a Elohim. Pediu aos membros da tribo:

"Por favor, peçam ao proprietário da Gruta de Machpelá, Efron, que a venda para mim." Quando Efron ouviu que Avraham queria comprar sua gruta, foi pessoalmente falar com ele. "Meu senhor," disse para Avraham. "Não quero dinheiro algum pelo campo onde está a gruta. Dou-a para você de graça." "Não," protestou Avraham, "prefiro comprá-la." Avraham sabia que Efron não falava a sério quando prometia dar-lhe a gruta de presente. Efron era um homem avarento e, em seu coração, realmente queria dinheiro em troca da gruta. Portanto, Avraham insistiu: "Apenas diga-me o preço e o pagarei." "Bem, se você insiste, direi o preço." replicou Efron. "É uma quantia muito pequena - apenas quatrocentos shecalim de prata." Na verdade, não era em absoluto uma quantia pequena - era um preço muito, muito alto. O avarento Efron cobrava de Avraham um preço exorbitante, apesar de, a princípio, ter prometido dar a gruta de graça.

Avraham, porém, não regateou com Efron. Queria pagar pelo lugar sagrado o preço integral para que ninguém mais tarde afirmasse que a Gruta de Machpelá, na realidade, não lhe pertencia. Avraham pagou a Efron quatrocentos shecalim. Depois, sepultou Sara.
Mais tarde, quando Avraham morreu, também foi enterrado na Gruta de Machpelá. Há três lugares chave pelos quais nossos antepassados pagaram a não-judeus em dinheiro, para assegurar-se de que seriam legítimos donos das propriedades e com isso não poderiam ser acusados, mais tarde, de ter se apropriado destes ilegalmente:

• A Gruta de Machpelá, cuja transação é registrada pela Torá.
• O local do Bet Hamicdash (Templo Sagrado, em Jerusalém) foi comprado pelo Rei David de Aravna, do povo de Yevussi.
• O lugar de sepultamento de Yossef em Shechem (Nablus) foi adquirido por seu pai Yaacov.

O Midrash explica: Como a Gruta de Machpelá recebeu este nome


Você sabe o significado do nome "Gruta de Machpelá"?
Quer dizer "A Gruta dos Duplos." (A palavra "Machpelá" tem a mesma origem de "caful" que significa "duplo").
O que era "duplo" nesta gruta?

Há muitas explicações. Abaixo encontramos algumas delas:

1) - Havia um "segundo pavimento" sobre a gruta, sendo assim realmente, uma gruta dupla. (Porém somente o andar de baixo servia como local de sepultamento).

2) - Não só Sara foi sepultada nesta gruta como também seu marido Avraham, mais tarde, quando faleceu. Yitschac e sua mulher Rivca também seriam sepultados lá, e assim o foram Yaacov e uma de suas esposas, Léa. Outro casal havia sido enterrado na Gruta de Machpelá, muito antes: o primeiro homem, Adam (Adão) e sua esposa, Chava (Eva).

Como os sepultos na Gruta eram casais ou "duplos", a Torá a chama de Machpelá, significando "A Gruta dos Duplos."
Após a morte de Yitschac, a Gruta de Machpelá passou à posse de seus filhos, Yaacov e Essav. Havia sobrado lugar para só mais um casal. A questão era se Essav com uma de duas mulheres ou Yaacov com uma de suas mulheres seriam sepultados ali.
Yaacov perguntou a Essav: "Que preferes, uma pilha de dinheiro de nosso pai Yitschac ou um lugar na Gruta Machpelá?"
Essav pensou: "Por que hei de perder tanto dinheiro para ganhar um lugar de sepultamento? Por enquanto, ficarei com o dinheiro, mais tarde arranjarei um lugar de sepultura de graça."

Essav aceitou o dinheiro de Yaacov e, com isso, perdeu o direito à Gruta de Machpelá para sempre. Mas como veremos depois (na Parashat Vaychi) Essav quis, apesar de tudo, ser sepultado na Gruta de Machpelá.

3) - Quando Elohim quis sepultar Adam, o corpo deste não entrava na gruta. Adam media cem amot de altura. Elohim teve que dobrar o corpo de Adam para que coubesse na gruta. Esta era chamada de "Machpelá / Dupla" porque Elohim dobrou o corpo de Adam.

Apesar de a gruta ser pequena, Elohim queria que Adam fosse sepultado lá por ser um lugar sagrado.
Atualmente conhecemos a localização exata da Gruta de Machpelá. Fica na cidade de Chevron (Hebron), em Israel. Os judeus rezam lá para Elohim e Ele ouve suas orações em mérito de nossos antepassados que ali jazem.

O Midrash nos conta: Como surgiram os sinais de velhice

Apesar de Avraham ser idoso, tinha a aparência jovem. Até a época de Avraham, as pessoas não tinham sinais exteriores de envelhecimento. Aparentavam ser jovens até a morte. Yitschac era muito parecido com o pai, e não se conseguia identificá-los com facilidade. Avraham disse a Elohim: "Mestre do Universo! Se Yitschac e eu entrarmos juntos num local, as pessoas não saberão a quem prestar honras. Se o Senhor alterasse a aparência de um homem em idade avançada, as pessoas saberiam a quem honrar."

"Muito bem," replicou Elohim. "Pediste algo bom. Serás o primeiro a ver seu pedido atendido!" Apareceram, então, sinais de envelhecimento em Avraham.

Avraham pede a Eliêzer para achar uma esposa para Yitschac

Em sua velhice, Avraham tinha tudo o que podia desejar, com uma exceção: seu filho Yitschac não estava casado.
Avraham chamou seu fiel servo Eliêzer e disse-lhe: "Meu filho Yitschac precisa de uma esposa. Confio a você a tarefa de encontrar-lhe uma. "Porém, não escolha uma das moças dos canaanitas, porque todos eles foram amaldiçoados por Nôach (como foi mencionado na Parashat Nôach)." "Em vez disso, vá até minha família em Charan e procure lá uma boa e digna esposa para Yitschac. Apesar dos membros da minha família adorarem ídolos, sei que são bondosos e sinceros. Por isso, uma moça de minha família terá, para começar, bons traços de caráter. Ela poderá aprender a servir a Elohim e transmitir a seus filhos."

Eliêzer partiu para Charan. Avraham deu-lhe uma carta em que dizia que tudo que possuía pertencia a seu filho Yitschac. Se Eliêzer mostrasse a carta para os parentes da moça, eles, com certeza, permitiriam que casasse com Yitschac.
Eliêzer chegou a Charan antes do fim do dia. Isto foi um milagre. Normalmente, a viagem para Charan levava muitos dias. Elohim fê-lo chegar lá rapidamente para ajudar Yitschac a casar-se sem demora.

Eliêzer põe Rivca à prova, ao lado do poço

Ao anoitecer, Eliêzer chegou ao poço que havia na entrada da cidade de Charan. Diariamente, os habitantes de Charan enviavam suas filhas ao poço para lhes trazerem água e, por isso, Eliêzer sabia que lá encontraria todas as moças de Charan.
Eliêzer rezou a Elohim: "Por favor, ajude-me a encontrar a moça adequada para Yitschac!

"Yitschac necessita de uma esposa hospitaleira, que receba cordialmente os numerosos hóspedes que sempre vêm à nossa casa, que seja rápida em servi-los e tenha paciência com eles. Yitschac também precisa de uma esposa justa e compreensiva.
"Hei de testar uma das moças que estão chegando para tirar água do poço. Pedir-lhe-ei para me dar água. Se me responder: 'Beba e também darei água a seus camelos', saberei que é bondosa e hospitaleira. Interpretarei isto como um sinal de que Tu, Elohim, a escolheste como esposa de Yitschac. (Mas se disser: 'Por que devo extrair água para ti?' 'Podes tirar água do poço por si mesmo!' ou 'Pede a uma das outras moças,' então ela não é a esposa generosa e amável que estou procurando)." 

Elohim aceitou a oração de Eliêzer. Fez com que Rivca viesse ao poço. Ela jamais saía para tirar água do poço. Era de nobre linhagem e seu pai, Betuel, governava a região. Geralmente Rivca enviava criadas para estas tarefas. Agora, porém, os anjos de Elohim dirigiram Rivca ao poço, a fim de conduzi-la a seu destino como esposa de Yitschac. Eliêzer observou a maneira pela qual todas as moças tiravam água. E então reparou que uma delas não precisava abaixar seu balde para dentro do poço. Ocorria um milagre e a água subia até ela. Eliêzer pensou: "Esta moça deve ser uma tsadeket, se D'us faz este milagre por ela!" Correu até ela e pediu-lhe: "Por favor, dê-me alguns goles d'água do seu jarro."

Rivca passa no teste

Rivca respondeu para Eliêzer respeitosamente: "Beba, meu senhor."
Quando Eliêzer terminou de beber, ela acrescentou: "Agora também darei a seus camelos toda a água que necessitam"
Eliêzer viu que esta era uma moça excepcionalmente bondosa e hospitaleira. Ela se ofereceu para dar água a dez camelos - uma difícil tarefa! Correu para o poço e encheu seu jarro repetidas vezes para ajudar um homem que lhe era estranho.
(A excepcional bondade de Rivca pode ser melhor apreciada se atentarmos à enorme quantidade de água que ofereceu-se para trazer: não apenas um jarro de água para cada camelo - o que ocasionaria que voltasse ao poço dez vezes para encher a ânfora - mas água o suficiente para que os camelos ficassem saciados. Sabe-se que camelos bebem enormes quantidades de água de uma vez, armazenando-a em seu estômago por vários dias. Rivca cumpriu a vasta empreitada com agilidade e rapidez, sem se incomodar com o fato de Eliêzer não levantar um dedo para ajudar uma menina pequena, e ainda manter-se de lado ociosamente, enquanto ela trabalhava sozinha.)

Eliêzer ficou esperando porque queria descobrir mais uma coisa: será que no final a moça pediria dinheiro pelo seu grande trabalho? Porém, Rivca não tinha tais intenções. Quando terminou de dar de beber aos camelos, preparou-se para partir.
Rapidamente, Eliêzer ofereceu-lhe presentes caros. Estava convencido de que Elohim havia enviado a moça certa.
Eliêzer deu à futura noiva de Yitschac um aro de ouro com um diamante que pesava meio-shêkel, e dois braceletes dourados, cada um pesando dez shecalim. Estes presentes eram uma profecia sobre o futuro. Demonstravam que Rivca se tornaria a mãe do povo judeu. O diamante de meio-shêkel indicava que cada judeu contribuiria ao Templo Sagrado com meio-shêkel por ano. Os dois braceletes, que os judeus receberiam duas tábuas, e o peso de dez shecalim indicava que sobre essas tábuas os Dez Mandamentos seriam gravados.

Eliêzer perguntou a Rivca: "Você é filha de quem? Há lugar para mim na casa de seu pai?" Rivca respondeu: "Sou filha de Betuel. (Betuel era sobrinho de Avraham). Temos lugar em casa para que durmas e também comida para teus camelos." Eliêzer agradeceu a Elohim: "Obrigado, Elohim, por ter me conduzido à moça certa da família de Avraham."

Eliêzer na casa de Betuel

Rivca correu para casa para contar à mãe sobre o homem desconhecido da família de Avraham que precisava de um lugar para dormir e que havia lhe dado esses presentes. Rivca tinha um irmão maldoso, Lavan (Labão). Quando viu a irmã usando um aro de ouro e pulseiras, pensou: "Se esse homem deu presentes tão valiosos para Rivca em troca de um pouco d'água, o que não me daria se o convidasse a entrar." Lavan correu até Eliêzer e disse: "Bem-vindo à nossa casa! Temos lugar suficiente para ti. Também tirei os ídolos da casa!" Lavan sabia que nenhum membro da casa de Avraham entraria em um local onde houvesse imagens de ídolos.

A família de Lavan serviu a Eliêzer uma refeição. Mas quando ele sentou-se à mesa, não começou a comer de imediato. Disse:
"Primeiro, quero explicar porque estou aqui.
"Meu senhor, Avraham, é muito rico. Tem um filho excelente, Yitschac. Qualquer moça de Canaã se sentiria feliz em casar-se com ele. Mas meu senhor deseja que se case somente com uma moça de sua própria família. Por isso me enviou aqui."
Eliêzer contou-lhes como conheceu Rivca perto do poço e terminou perguntando: "Concordam em dar Rivca como esposa para Yitschac?"
"Estamos de acordo, porque vemos que Elohim fez tudo isto acontecer," respondeu Lavan, irmão de Rivca.
O pai de Lavan, Betuel, também estava presente. Betuel deveria ter respondido antes. Porém Lavan não honrava seu pai, e por isso respondeu antes dele.
Betuel era um homem mau. Pôs diante de Eliêzer um prato de comida envenenada. Queria que Eliêzer morresse para ficar com o ouro e objetos preciosos que este trouxera.
Mas enquanto Eliêzer falava, um anjo trocou as porções de Eliêzer e Betuel, e assim, este comeu a comida envenenada. Betuel morreu nesta mesma noite.

Eliêzer leva Rivca para Yitschac

Na manhã seguinte, ambos, Lavan e sua mãe, disseram a Eliêzer: "Queremos que Rivca fique em nossa casa mais um ano antes de partir."
Mas Eliêzer respondeu: "Não, quero que ela venha comigo agora mesmo!"
Perguntaram, então para Rivca: "Queres ir com este homem?"
"Sim, quero ir," respondeu. Estava feliz em deixar o irmão malvado e a casa repleta de ídolos e casar-se com o tsadic Yitschac.
Quando Rivca e Eliêzer chegaram às vizinhanças de Avraham em Canaã, Yitschac estava justamente voltando da reza de Minchá. Ele sempre rezava num certo campo onde havia silêncio e podia concentrar-se.
Nossos patriarcas instituíram as três preces diárias:

• Avraham - a oração matutina, Shacharit
• Yitschac - a oração da tarde, Minchá
• Yaacov - a oração noturna, Arvit

Rivca ergueu os olhos e viu um homem que parecia um tsadic. Havia um anjo sobre ele que o protegia.
Rivca desceu do camelo e cobriu seu rosto recatadamente com um véu.
"Quem é este homem?" - perguntou a Eliêzer.
"É meu senhor, Yitschac" - respondeu Eliêzer.
Eliêzer relatou a Avraham e Yitschac como Elohim o ajudara a encontrar uma esposa para Yitschac.
Yitschac levou Rivca para a tenda de Sara. Percebeu, então, que ela era uma mulher justa, como fora sua mãe Sara. Pois, novamente, a luz ardia da véspera de um Shabat até o seguinte, a massa era abençoada de modo que sempre havia o suficiente, e a nuvem de Elohim pairava sobre a tenda, tal como acontecia durante a vida de Sara.
Yitschac estava feliz por ter encontrado uma esposa digna.

O Midrash explica: Por que Sara mereceu esses milagres

Sara era meticulosa na observância das três mitsvot dadas especificamente às mulheres: acender as velas do Shabat, separar a chalá da massa, e cumprir as leis relacionadas à pureza familiar. Em troca, Elohim a recompensou com três bênçãos:
• Por ser cuidadosa em tirar a chalá, sua massa foi abençoada.
• Como recompensa por cumprir a mitsvá de acendimento das velas, suas luzes ardiam da véspera de um Shabat até o próximo.
• Por seguir as leis de Taharat Hamishpachá, Pureza Familiar, a nuvem da Shechiná pairava sobre sua tenda, pois o estado de pureza atrai a Presença Divina.
Todos os três sinais reapareceram para Rivca porque ela cumpria essas mitsvot com a mesma dedicação de Sara.

Avraham casa-se novamente com Hagar, que ostenta o novo nome de Ketura

Enquanto Eliêzer estava em sua jornada, Yitschac também viajara. Fora buscar Hagar, para que se casasse novamente com seu pai. Yitschac pensou: "Meu pai está preocupado com meu casamento, enquanto ele próprio não tem uma esposa!" Assim como Avraham cumpriu a ordem de Elohim separando-se de Hagar e mandando-a embora, também assim o fez, casando-se novamente com ela, sob o comando de Elohim.

A Torá relata que Avraham desposou uma mulher de nome Ketura, mas na verdade, casara-se novamente com Hagar. Se Ketura era a mesma pessoa que Hagar, por que a Torá atribui-lhe um nome diferente? Após ter deixado a casa de Avraham, Hagar voltou à idolatria da casa de seu pai. Mais tarde, porém, fez plena e sincera teshuvá, mudando completamente sua personalidade. Elohim, então, deu-lhe outro nome, "Ketura." Este novo nome foi escolhido por indicar seus atos positivos:

• Ela segregou-se, e absteve de relacionar-se com outros homens durante todos os anos em que esteve separada de Avraham (keter = isolou-se).

  Elohim ordenou a Avraham que tomasse novamente Hagar como esposa porque sabia que ela merecia unir-se a Avraham.

Avraham morre e é sepultado por Yitschac e Yishmael

Avraham morreu quando já era um ancião que tinha tudo o que podia desejar. Viu, inclusive, seu filho Yishmael fazer teshuvá antes de morrer. Yitschac e Yishmael sepultaram-no na Gruta de Machpelá, ao lado de Sara.

Elohim recompensou Yishmael, por ter vindo do deserto, especialmente para prestar as últimas honras em respeito a seu pai. Em retribuição, Elohim honrou-o, enumerando a progênie de Yishmael, nos últimos versículos desta parashá.

Os louvores à Avraham

Quando Avraham faleceu, todos os grandes povos dentre as nações enlutaram-se. "Ai do mundo, que perdeu seu líder, e ai do navio que perdeu seu capitão!"

Durante sua vida Avraham rezara por mulheres estéreis, e estas engravidaram; pelos doentes, e ficaram curados. Até navios navegando no longínquo oceano foram salvos, pelo mérito de Avraham.

Apesar de o mundo inteiro negar a existência de Elohim, conseguiu ser o único em sua crença, e afirmar a Onipotência de Elohim. Por causa disso foi chamado de Avraham "Ha'ivri" (o hebreu), significando o homem que permanece de um lado (ever = lado), enquanto o mundo inteiro une forças contra ele.

Quando Avraham morreu, Elohim louvou-o da seguinte maneira: "Avraham era um tsadic tão grande que, se não fosse por ele, Eu não teria criado o Céu e a Terra."

Por dois mil anos após a Criação do Mundo, Elohim estava aborrecido com as pessoas que adoravam ídolos. Quando Avraham nasceu, Elohim se alegrou, pois Avraham ensinou a dezenas de milhares de pessoas a servirem-No Avraham sabia como curar doentes com diversos tipos de remédios (segulot). Acima de tudo, curava aqueles cuja "mente estava doente," os que não acreditavam em Elohim. Ele os ensinava a acreditar no Criador. Avraham foi posto à prova por Elohim dez vezes e superou todas elas.
Compreendeu e seguiu a Torá muito antes da Outorga da Torá, ensinando-a a seus filhos. Não houve um dia sequer, em toda a sua vida, em que não realizou um ato de santificação do Nome Divino (Kidush Hashem).


Shabat Shalom!!!

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