Por Yochanan ben Avraham
Ha Satan (o adversário), está empenhado em impedir que as
pessoas conheçam o Caminho do Senhor, por isso ele se infiltra nas religiões
acrescentando ou tirando palavras ao texto sagrado, impedindo, desta forma, que
se conheça a boa, perfeita e agradável vontade de nosso Adon (Senhor), que é a
de que sejamos salvos e conheçamos a verdade (I Tm. 2.4).
Um dos sinais do fim dos tempos, preditos por Yeshua, que
menos chama atenção das pessoas é a multiplicação da iniqüidade (Mat. 24.12), este
mal será responsável pelo esfriamento do amor e o amor é o combustível para o
cumprimento da Lei do Eterno, pois o próprio Yeshua ensinou que se o amamos
guardamos os seus mandamentos (Yochanan/João 14.15).
Afinal, o que é iniqüidade?
Primeiramente, precisamos saber qual é o idioma original do
texto em questão, pois um dos grandes erros cometidos por aqueles que estudam
(ou pelo menos dizem estudar) as escrituras, é se basear em traduções que,
geralmente, estão adaptadas a um conceito pré-estabelecido.
Para a grande maioria, o chamado “Novo Testamento” foi
escrito originalmente em grego, mas existe um número considerável que defende uma
origem aramaica, por isso devemos examinar tanto uma como outra fonte para
chegarmos a um denominador comum, Vejamos:
Para os que defendem o grego como fonte original, a palavra
para iniqüidade é “Anomia” que dá a idéia de negação da Lei, pois “nomos”
(Lei) com o alfa (primeira letra do alfabeto grego) como partícula negativa
(sem) no início da palavra forma literalmente “Sem Lei”.
Para os que defendem o aramaico, a palavra utilizada para
iniqüidade é “Eola” que, assim como a grega “anomia”, significa
“violação da Lei”
Diante destas coisas, a pergunta que não quer calar é a
seguinte:
Se tanto o grego quanto o aramaico afirmam que iniqüidade é
violação da Lei, contrário a lei, sem Lei e outras similaridades, qual é então
a Lei que está sendo rejeitada? Responda a você mesmo.
De que forma a iniqüidade
começou a ser aceita dentre aqueles que dizem seguir a Yeshua e servir ao
Senhor?
Para responder a pergunta acima, leiamos o que disse Yehudah
(Judas) em sua epístola:
“Pois certos homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito
tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios, e transformam
a graça de nosso Elohim em libertinagem e negam Yeshua HaMashiach, nosso
único Soberano e Senhor”. (Yehudah/Judas 1:4)
Para os cristãos, tanto católicos quanto evangélicos, há um
entendimento equivocado sobre a Graça do Senhor, pois interpretam Yochanan/João
1.17 de uma forma, como se a Graça passou a vigorar a partir de Yeshua, mas não
é isso o que as escrituras dizem! (sugerimos
ao caro leitor deste artigo, que leia neste mesmo blog o texto: “Caindo da Graça?”,
para que se compreenda o sentido de “Graça” segundo as escrituras.)
Outra faceta da iniqüidade engendrada
por ha satan
A astúcia do adversário também pode ser percebida no “famoso”
conceito das “Leis Noéticas”, ou seja, uma suposta Lei dada pelo Eterno a Noach
(Noé) para todos aqueles que não são judeus, que consiste em obedecer (segundo
o tratado sanhedrin do talmud bavli) os seguintes mandamentos:
*Não cometer idolatria
*não cometer blasfêmia
*Não cometer assassinato
*Não cometer imoralidade sexual
*Não roubar
*Não comer carne de animal vivo
*Estabelecer sistemas jurídicos
Todas estas ordenanças foram codificadas aproximadamente no
Sec. V. o que é bem posterior a própria Mishnah (Séc.II - primeira obra
importante do judaísmo rabínico e fonte central do pensamento judaico
posterior. É a forma escrita da tradição oral judaica, conhecida como Torá oral).
Ou seja, mesmo na tradição rabínica não havia este pensamento, que impede o
estrangeiro de se aproximar do Criador e suas instruções! Agora compare isso
com o que a Torah e os Profetas dizem:
“Uma mesma Torah e um mesmo
direito haverá para vós e para o estrangeiro que peregrina convosco.”
(Bamidbar/Números 15:16)
Se fomos enxertados em Israel por meio de Yeshua, conforme
escreveu Sha’ul (Paulo) em Ruhomayah/Romanos 11, devemos atentar para estas
palavras!
“E não fale o filho do estrangeiro, que se houver unido a YHWH,
dizendo: Certamente YHWH me separará do seu povo... E aos filhos dos
estrangeiros, que se unirem a YHWH, para o servirem, e para amarem o Nome de
YHWH, e para serem seus servos, todos os que guardarem o Shabat, não o
profanando, e os que abraçarem a minha aliança...” (Yeshayahu/Isaías
56:6)
Se alguém ensina que o estrangeiro não deve guardar a aliança
de Elohim, ele está contrariando as escrituras como podemos ver ainda no
Profeta Zecharyah/Zacarias as seguintes palavras:
“E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram
contra Yerushalayim, subirão de ano em ano para adorar o Rei, YHWH dos
Exércitos, e para celebrarem a festa de Sukot.” (Zechariyah/Zacarias
14:16)
Se para os estrangeiros só cabem as “leis noéticas” como é
que o Eterno exigirá a adoração de todas as nações em Chag Sukkot (festa das
tendas)?
Outro texto interessante, que indica o ensinamento da Torah
na íntegra, está em Ma’assei (Atos) 16. 20 e 21:
“E, apresentando-os aos
magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade e
nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos
romanos.” (Ma’assei/Atos 16:20-21)
Podemos perceber o seguinte na leitura deste capítulo que,
em um shabat (sábado), como de costume, os emissários ensinavam a Palavra do Senhor
(não havia um novo testamento, portanto é obvio que o que eles ensinavam era a
Torah!) e ao ensiná-la os homens (romanos) se sentiram constrangidos em adotar
um “estilo de vida judaico”, logo, fica evidente nas entrelinhas deste episódio,
que não havia uma distinção como é sugerida pela pretensa “Lei noética”.
Percebemos então que este conceito, nada mais é um ardil do
adversário para que a iniquidade se multiplique e o cumprimento da Torah se
apague entre os homens.
Resta-nos decidir a quem devemos ouvir... se aos homens e
suas tradições ou ao Eterno e sua palavra.
Chessed v’Shalom lekulam!
(Graça e Paz para todos!)
Nenhum comentário:
Postar um comentário