quarta-feira, 23 de abril de 2014

A conspiração de Yavneh

Por Rabbi Edward Levi Nydle/Levi bar Ido B’nei Avraham

Traduzido por Yochanan ben Avraham

Consideremos as seguintes palavras:

“Seus pais disseram isto, porque temiam os judeus. Porquanto já os judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser ele o Messias, fosse expulso da sinagoga. Por isso é que seus pais disseram: Tem idade, perguntai-lho a ele mesmo”.
(Yochanan/João 9. 22-23)

“Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Elohim”.
(Yochanan/João 12. 42-43)

“Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Elohim. E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim”.
(Yochanan/João 16. 2-3)

Por mais de dois mil anos o povo judeu tem sido vítima de uma conspiração. Ao longo do tempo, eventualmente, algumas pessoas tiveram a capacidade de vislumbrar isto. As evidências são difíceis de encontrar ou estão escondidas, longe dos olhos dos judeus. Este esquema é chamado de a conspiração de Yavneh. Seus detalhes demonstram como alguns antigos rabinos tentaram esconder as evidências bíblicas que provam que Yeshua é o Mashiach (Ungido/Messias). Para se montar toda esta imagem, tem sido como um ‘quebra-cabeça’ com peças espalhadas e perdidas. O resultado é que este ‘quebra-cabeça’ nunca foi capaz de ser montado, ou seja, as “peças” nunca foram juntadas. Este artigo é uma tentativa de juntar as peças para que o estudante das escrituras possa ver realmente tudo o que aconteceu em Yavneh. Quero salientar que este artigo, de forma alguma é uma condenação a qualquer judeu ou antigos rabinos de abençoada memória.
Yavneh foi planejado por um pequeno grupo de sábios cujas intenções eram salvar o judaísmo da extinção e assimilação e o preço da salvação de sua religião era a anulação do Messias para o povo, (isto é, da idéia de Yeshua ser o Messias).

“E Caifás, um deles que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis, nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação. (c/c Yonah/Jonas 1.12-15; Yeshayahu/Isaías 53.8) Ora ele não disse isto de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação. E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Elohim que andavam dispersos. (c/c Yeshayahu 49.6)
(Yochanan/João 11. 49-52)

“Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para incitá-los à emulação. E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude! Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, exalto o meu ministério; para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar alguns deles. Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?”
Ruhomayah/Romanos 11. 11-15

Redefinição do Judaismo em Yavneh.

Desde a reconstrução do judaísmo em Yavneh, os rabinos têm sido bem sucedidos em convencer os judeus e os conversos ao judaísmo que Yeshua não é o Messias. Para que isso fosse realizado muitas coisas tiveram que acontecer. Ao longo da história tem havido falsas alegações de que os judeus tentam dominar o mundo (o protocolo dos sábios de Sião é um exemplo clássico destas mentiras contadas sobre uma conspiração judaica para dominar o mundo). Todas estas alegações são falsas e resultaram na matança de milhões e milhões de judeus inocentes por cristãos e mulçumanos. Mas o que ainda é mais triste é o fato de que o povo judeu tem sido vítima de uma conspiração perpetrada sobre eles por um pequeno grupo de rabinos que estavam reunidos em Yavneh a mais de dois mil anos atrás. Seus objetivos eram afastar o povo judeu da possibilidade de reconhecer Yeshua como Messias.
Em 70 d. C., após Tito conquistar Yerushalayim, mais de um milhão de judeus foram massacrados. As pessoas continuaram a se reunir nas sinagogas e estudar a Torah como instruído por Ezra e Nechemiyah. Os poucos rabinos que escaparam dos “pogroms” fugiram para Yavneh na costa de Israel.

“Após a queda de Yerushalayim, o Sanhedrin foi reconstruído em Yavneh, primeiro sob R. Yochanan e, em seguida, sob o patriarca Raban Gamaliel II (Tosef. Ber. 2:6). O sanhedrin se reunia no andar superior de uma casa ou em um vinhedo próximo a um pombal. Em alguns aspectos, a cidade era agora considerada equivalente a Yerushalayim: Lá, o ano foi intercalado e o Shofar soprado, os peregrinos da Ásia visitavam a cidade três vezes ao ano (Tosef. Hul. 3:10; Rh 29B; Shab. 11A). Entre as decisões mais importantes tomadas em Yavneh, foi o arranjo do Canon definitivo da Bíblia proximidades. tomadas em Yavneh, foi o arranjo do Canon definitivo da Bíblia. Entre 70 e 132 d.C. Yavneh foi a grande cidade, ‘ a cidade dos estudiosos e rabinos’, a maioria dos Tannaim (sábios do período mishnaico cerca de 330 a.C. à 250 d.C.), ensinaram lá e Rabban Gamaliel foi enterrado lá. A cidade é descrita como estando situada perto de uma corrente de águas, o seu mercado de trigo era bem conhecido, a criação de gado e aves também foram iniciadas em suas proximidades.” (Enciclopédia Judaica)

Com a eclosão da revolta de Bar Kochba, Yavneh deixou de ser o centro da vida judaica em Eretz Israel e da Diáspora. Após a guerra, tentativas frustradas foram feitas para transferir o Sanhedrin de Galil (Galiléia) de volta a Yavneh (RH 31A-B). Um forte elemento judeu permaneceu na cidade, mas os samaritanos constituíam a maioria (Tosef. Dem.).
Em Yavneh, Rabbi Yochanan ben Zakkai se reuniu com seu discípulos em um sótão. Ele era um dos principais p’rushim (fariseus) em Yerushalayim e representante entre os ‘Roshim’ (cabeças/lideranças) do Sanhedrin. Ele desconfiava dos messiânicos e dos zelotes. Foi em Yavneh que ele e seus discípulos deram ao Tanak (Acrônimo para Torah, Nevi’im e Ketuvim que compõe o chamado Velho Testamento), sua forma canônica. Toda literatura judaica e recentes livros dos nazarenos tinham que ser examinados e em tudo que houvesse algo duvidoso tinha que ser eliminado. Quaisquer escritos judaicos que tivessem vestígios de sincretismo nazareno eram legalmente rejeitados. Livros eram escolhidos e outros omitidos e desapareceram ao longo dos séculos desde então.
Em Yavneh foi desenvolvido um método de ensino rabínico que estabeleceu o padrão para as yeshivot para os próximos mil e novecentos anos que o povo judeu viveu sem o Beit HaMikdash (Templo). Emendas foram proclamadas e a Halacha foi definida; o calendário foi recalculado e as Festas foram definidas. O pequeno grupo em Yavneh tinha começado a substituir o Sanhedrin em Yerushalayim, eles alegaram o direito de governar, ensinar e julgar e com o tempo, tornou-se o novo Sanhedrin para o povo judeu.
O que emergiu de Yavneh é o que conhecemos hoje como “Judaísmo Rabínico”. No coração deste desenvolvimento estava o ensino sistemático sobre Yeshua ter sido o Mashiach (Messias). Eles tinham que explicar as profecias messiânicas do Tanak que apontavam para a pessoa de Yeshua, tinha que distorcer, traduzir mal e perverter as escrituras para cegar o povo à aceitação de Yeshua como Mashiach (Messias).
O novo Sanhedrin cumpriu sua prioridade de manter junta a nação israelita e fez cercas para protegê-la da assimilação no exílio. Temiam uma confusão com os Nazarenos, pois como a Halacha destes era baseada nos ensinamentos de Yeshua, consequentemente a linha que separava os Nazarenos dos demais judeus ficariam cada vez mais clara. Eventualmente os judeus foram proibidos de comprar carne ou partir o pão com os nazarenos; de negociar ou executar qualquer serviço com e para eles, não importando o quão insignificante fosse tal negócio ou serviço. (Ver “History of the Jews”. Por Yosef Kastein).

Os “Minim”.

Rabbi Yochanan ben Zakkai saiu escondido de Yerushalayim para ver Vespasiano, aquele que lhe daria a cidade de Yavneh. Junto com Sh’muel, hakatan (o pequeno), Gamaliel, Áquila e Yehoshua, ele conduziria o Beit Din (tribunal) na tarefa de esconder a identidade do Messias. Um dos meios para isso foi a “Birkat Minim” (Benção dos hereges) que amaldiçoava todos os hereges e apostatas da Fé Judaica. A princípio, os judeus não davam atenção aos nazarenos que não estavam sob sua jurisdição, contudo eles foram capazes de excluí-los das sinagogas por meio do acréscimo desta “benção”. Não foi preciso muito esforço para que os rabinos aumentassem a distância entre os judeus e os nazarenos.
O Talmud no tratado Berachot 28b-29A diz:

“Rabi Levi disse: A benção relativa aos “Minim” foi instituída em Yavneh. E ao que isso corresponde? Rab. Levi disse: na visão de Rabi Hilel, filho de Rabi Sh’muel ben Nachman, ao trovejar da glória de Elohim; na visão de Rabi Yosef, corresponde a palavra “echad”(Um) do Shema; na visão do Rabi Tanhum, citando Rabi Yehoshua, as pequenas vértebras da coluna vertebral.
Nossos rabinos disseram: Shimon HaPakudi dispôs as “Shemoneh esrei” (dezoito bênçãos) em ordem antes de Rabban Gamaliel em Yavneh. Disse Rabban Gamaliel aos sábios: Pode alguém dentre vós enquadrar uma benção para os Minim? Sh’muel haKatan se levantou e compôs. No ano seguinte ele se esqueceu e tentou por duas ou três horas recordá-la e eles não o removeram. Por que não o removeram? Rab. Yehudah disse em nome do Rab: Se um leitor cometer um erro na ordem de qualquer uma das bênçãos, eles não o removerão, mas se for na “benção” dos Minim, ele será removido, porque se suspeita que ele seja um “Min”. Sh’muel foi diferente porque ele a compôs. Mas não existe o medo de que ele possa ter se arrependido? Abaye disse: Nós temos uma tradição de que um bom homem não se torna mau. Mas por que ele não pode? Não está escrito: mas quando os justos se desviam de sua justiça e cometem iniqüidade? Esse home era originalmente ímpio, mas aquele que era originalmente justo não se desvia. Mas é isso mesmo? Será que não aprendemos: Não crer em ti até o dia da tua morte? Porque eis que Yochanan, o Kohen Gadol (sumo sacerdote) oficiava a oitenta anos e, no final ele se tornou um min? Abaye disse: Yochanan é o mesmo Yannai. Rabba disse: Yochanan e Yannai são diferentes, Yannai era mau Yochanan era originalmente justo. Na visão de Abaye não há dificuldades, mas na visão de Rabba há uma dificuldade?  Rabba pode responder: Para quem era originalmente justo, também é possível tornar-se um renegado. Se for este o caso, por que não tirá-lo? Sh’muel haKatan é diferente, pois ele já tinha começado a dizer (a benção). Para Rab. Yehudah em nome de Rab, ou como alguns dizem, Rabi Yehoshua ben Levi: Isso se aplica somente se ele não começou a dizer isso, mas se tiver dado início, a ele é permitido terminar.”       

Uma antiga oração (Amidah) que dizem ter sido composta por Ezra, quinhentos anos antes de Yeshua, foi alterada por Rabi Gamaliel em Yavneh, para incluir uma maldição sobre os minim/nazarenos. Esses rabinos incutiram uma crise de identidade e de culpa adicionando a “Birkat Minim” para detectar os nazarenos em suas sinagogas. O que aconteceu em Yavneh afetaria o mundo por dois mil anos. Infelizmente a maioria dos judeus não tem conhecimento do que realmente aconteceu lá.

“Logo após a destruição do Templo, a Amidah foi ‘editada’ finalmente em Yavneh por Rabban Gamaliel II e seus colegas (Ber. 28b – 29A), até então, apenas a ordem, conteúdo geral e fórmula de benção foram padronizadas; o texto verdadeiro era deixado para ser formulado pelo próprio indivíduo adorador ou leitor. As tentativas de reconstruir o texto original da Amidah ou para averiguar a data em que cada seção foi composta são inúteis, especialmente tendo em vista a decisão oficial que essas bênçãos não são regras escritas (Tosef. Shab. 13:4). A décima quinta benção é uma adição posterior às dezoito originais. No antigo ritual palestino, nenhuma benção separada dedicava-se à solicitação para o restabelecimento do reino davídico, a petição foi incluída na décima quarta benção, para a reconstrução de Yerushalayim (Na maioria dos ritos atuais, ainda é mencionado). Na Amidah semanal, como se encontra na Genizah do Cairo, não há essa benção, os paytanim (poemas litúrgicos recitados nos serviços) palestinos não mencionam em suas ‘kerovot’ (poesias) baseadas na Amidah. Nos tempos talmúdicos, sua recitação como benção separada, tornou-se comum na Babilônia e disto derivou-se o presente costume.    
Mesmo que seja de origem palestina, não foi aceita como prática padrão (Tosef. Ber. 3:25). A opinião já foi expressa em algumas fontes talmúdicas tardias, por exemplo, o tratado Ber. 28b; que a “Birkat Minim” (décima segunda benção), introduzida em Yavneh por Sh’muel haKatan a pedido de Rabban Gamaliell II, é uma adição, portanto não está correto. Também não há fundamento suficiente para a teoria de que, antes da introdução desta última “benção” o numero total era de apenas dezessete. As fontes (Tosef. Ber. 3:25) indicam claramente que Sh’muel haKatan não adicionou novas bênçãos as existentes até então, mas acrescentou um novo ponto ou apliou o significado de uma benção conhecida anteriormente como “Shel Paroshim” (Sobre os dissidentes) ou “Shel Resha’im” (Sobre os ímpios). Ele fez isso aplicando especificamente aos judeus hereges. É geralmente assumido que esta nova formulação era para forçar os judeus cristãos a serem excluídos da comunidade judaica, na versão da genizah, a palavra “Nozerim” realmente ocorre. A Censura Cristã Medieval viu isto como uma maldição dirigida contra todos os cristãos, o que explica as muitas mudanças e “correções” que foram introduzidas nela.” (Enciclopédia Judaica)

Nota do tradutor.
Judeus cristãos na verdade se refere aos judeus que seguiam os ensinos de Rabi Yeshua e não ao cristianismo como alguém pode supor, pois os “Notzrim” (nazarenos) foram descritos no Panarion, obra de Epifânio, como legítimos judeus que mantinham toda a Torah, diferenciando dos demais por crer que o Messias já havia se manifestado, além de possuírem o livro de Mateus em hebraico.

Quando o Rabi Yochanan ben Zakkai estava em seu leito de morte, é dito que ele exclamou as seguintes palavras:

“... Ainda tenho diante de mim dois caminhos: um para o paraíso e outro para a condenação e eu não sei se serei condenado ou aceito no paraíso.” (First Century Judaism in Crisis; pg 199; Jacob Neusner)

Como podemos optar em seguir um homem que não tinha segurança de sua libertação (salvação), que não sabia se ele estava indo para o paraíso ou para a condenação? Mesmo que Rabi Yochanan tenha salvado o judaísmo da extinção após o ano 70 d.C., sua declaração revela insegurança e dúvida sobre seu destino após a morte. Ele descobriu que não podia salvar a si mesmo... Se o grande sábio, Rabino Yochanan ben Zakkai não tinha certeza, que esperança há para a pessoa comum, sem o Messias?
Mas foi o Rabino Gamaliel  que realmente provocou a divisão permanente entre o Judaísmo e os nazarenos. Foi ele quem acrescentou a “Birkat Minim” às dezoitos bênçãos, a fim de extirpar os nazarenos de suas sinagogas.
A palavra “minim” é um termo para os hereges em geral, mas uma série de restrições tanaíticas contra os “minim” se refere claramente aos judeus seguidores de Yeshua como pode ser demonstrado por seu contexto e data. Jerônimo escreveu:

“Os sábios em Yavneh consideravam os seguidores de Yeshua como ameaça suficientemente para justificar uma inovação litúrgica”. (The Emergence of Contemporary Judaism; Por Phillip Segal)

Os rabinos em Yavneh também anularam a Septuaginta porque era extensivamente citada, tanto pelos efraimitas que retornavam como pelos judeus crentes em Yeshua.
Eles iniciaram uma nova tradução das escrituras por Áquila de Ponto (Uma das grandes obras realizadas em Yavneh foi uma nova tradução grega das escrituras feita por Áquila de Ponto. Um aristocrata romano que havia se convertido primeiro ao cristianismo e depois ao judaísmo que se tornou um aluno de Rabban Gamaliel, a quem acompanhou em suas viagens. Sua tradução foi feita sob a supervisão dos principais estudiosos de Yavneh, que admiraram muito o seu trabalho. Ele refletia o sistema de interpretação dos tanaaim, a tradução do AT anterior (a septuaginta), que tinha sido aceita como sagrada pela Igreja Cristã.) (Rabbi Samuel Safrai; Hebrew University)

Os judeus foram orientados a não vender para os nazarenos ou ficar com algo deles, ensiná-los ou obter cura deles. Isso porque cerca de 20% do povo de Israel havia se tornado nazareno, e isso estava causando preocupação entre os rabinos. A destruição do Templo tinha deixado um enorme vazio no judaísmo e eles reagiram emitindo decretos contra aqueles que estavam inibindo o seu movimento para reunir a nação novamente após sua destruição. (Ver “Yavneh: Acheivments and Significance” por Dr. Goldberg – Moody Bible Institute1986).

Os rabinos tentaram bloquear os nazarenos e substituir sua forma de ‘Judaísmo de Substituição’. O resultado foi que, a partir deste momento a Fé judaica foi removida de seus verdadeiros fundamentos bíblicos. O conselho de Yavneh permitiu que o judaísmo sobrevivesse em uma forma radicalmente diferente. Os sábios mudaram a Teologia e a estrutura do judaísmo e começou sua separação das escrituras. Nascia então o ‘Judaísmo Rabínico’, e esta é a forma que o Judaísmo mantém até os dias de hoje.

O Termo “Minim”. 

O que significa “Min” e “Minim” (plural de Min)?  São acrônimos hebraicos cunhados pelos primeiros rabinos para identificar os judeus que acreditavam que Yeshua era o Mashiach. Vemos examinar este acrônimo:
A letra “Mem” representa a palavra “Maamine” = Acreditar.
A letra “Yud” representa a palavra “Yeshua” = Nome do messias nazareno.
A letra “Nun” representa a palavra “Natzeret” = Nazaré.
O sufixo “im” faz com que a palavra de um substantivo masculino se torne plural. Logo, “Minim” era utilizado para se referir ao grupo de nazarenos.

“Minim eram os judeus seguidores de Yeshua, o nome são as iniciais que formam um acrônimo para ‘crentes em Yeshua de Nazaret”. A teoria de Derenbourgh explica ‘Minim’ como uma contração das iniciais ‘maanim Yeshua Notzri’ Isto não é um exagero, especialmente quando lembramos como os rabinos faziam trocadilhos e malabarismos com as palavras... Os ‘minim’ se chamavam ‘maaninim’. Estabelecendo aqui sua distinção do resto das pessoas: Eles eram crentes.” (Jacob Jocz; The Jewish People and Jesus Christ. London 1949)

“Minim, é aplicado especialmente aos judeus cristãos. Caso os minim perguntem por que os nomes das mães dessas importantes figuras não são dadas na narrativa bíblica, pode-se responder que estes nomes foram transmitidos pela tradição oral”. (V. Herford; Christianity, p. 326./ Talmud Mas. Bab, Bathra 91A).

“Às vezes o termo ‘min’ pode se aplicar a mais de um tipo de sectário, dentro de um mesmo texto. Assim, em Hullim 87A, dois ‘minim’ são mencionados: O primeiro apresenta uma prova (a partir do versículo bíblico) para a existência de duas divindades e, portanto, com toda a probabilidade, um cristão (acreditar em Deus Pai e Deus Filho) ou um gnóstico... De acordo com o tratado Berachot 28B, Sh’muel haKatan (fl. C. 80-110), a convite de Gamaliel II, compôs a ‘benção contra os minim’, incluída na Amidah como a décima segunda benção (ver E. J. Bickerman em HTR; 55, 1962, 1971; n. 35). Isto foi dirigido principalmente contra os judeus cristãos, especificamente mencionados em um texto antigo (Ver Schechter; JQR 10, 1897/98), fosse para mantê-los fora das sinagogas ou para proclamar uma ruptura definitiva entre as duas Religiões. Isto representou indubitavelmente o reconhecimento formal do rompimento de todos os laços  entre o Judaísmo oficial, o Cristianismo e outros órgãos cismáticos. (Baron; Social 2, 2; 1952, 135, 381, n. 8, incl. Bibl.). Esta separação dos ‘minim’ do corpo nacional do Judaísmo tinha óbvias implicações haláchicas. Assim, a carne abatida por um ‘minim’ era proibida a um judeu (Hul. 13A). Da mesma forma, pergaminhos da Torah, tefilim e mezuzot escritos por um ‘minim’ tinham seu uso proibido. (Git. 45B; Tosef. Hul. 2:20). Para Maimônides haviam cinco classificações de ‘minim’ ver a Misneh Torah, Teshuvah  3:7, sobre os livros dos ‘minim’, ver Sifrei ha-minim” (Enciclopédia Judaica).

Rabbi Gamaliel II, o neto do juiz do Sanhedrin no livro de Atos capítulo 5, temia que o relacionamento entre os judeus crentes e israelitas que haviam retornado com os judeus nas sinagogas  ocasionasse na assimilação do povo judeu. Seus temores eram infundados, como lemos no livro de Atos,  a respeito de Sha’ul, da Tribo de Binyamin de acordo com o livro, “The Mission and expansion of Christianity in the First Centuries”, New York 1908:

“Jerônimo afirma que os nazarenos eram encontrados em cada sinagoga judaica em todo Oriente. Quem sou eu para falar sobre os ebionitas, que alegam ser crentes? Até esse dia a seita existe em todas as sinagogas dos judeus sob o titulo de ‘minim’. Os fariseus ainda os amaldiçoam e as pessoas apelidam seus adeptos de nazarenos,”

A Execução da Proibição.

Segundo a História, isso não foi um problema local para os rabinos locais, foi ao longo de todo o oriente. A mensagem da Boa Nova se espalhou por todo mundo conhecido. Os nazarenos usavam as profecias do Tanak para provar a sua alegação da messianidade de Yeshua, a base do Judaísmo Rabínico estava caindo, miríades estavam se tornando crentes em Yeshua. Os rabinos enviaram cartas com seus emissários para as sinagogas do mundo a fim de descobrir os nazarenos. James Parker escreveu:

“Os rabinos em Yavneh tinham decidido que a presença dessas pessoas não podia ser tolerada, os judeus nazarenos, por mais que discordasse dos outros judeus sobre a questão de saber se o Messias tinha vindo ou não, ainda se consideravam judeus e não é demais supor, a partir disso, que havia também judeus que consideravam que um desacordo sobre este ponto não faria a comunhão com eles impossível. Eles devem ter sido geralmente aceitos. É incrível que eles tenham continuado a frequentar a sinagoga. Eles, evidentemente, eram como membros comuns, já que precisaram da introdução desta fórmula (Birkat Minim) para detectá-los... É razoável também datar as cartas e ‘apóstolos’ enviados aos judeus da Diáspora para o fim do primeiro Século... A carta continha uma negação formal da verdade dos relatos dos crentes e dos ensinos e ressurreição de Yeshua. O messianismo era uma negação de Elohim e da Lei. Foi com base nos ensinamentos de Yeshua, que era um enganador e que tinham sido condenado a morte... Seus discípulos haviam roubado seu corpo e depois fingiram que ele havia ressuscitado dentre os mortos e era filho de Elohim. Era, portanto, impossível para os judeus ter qualquer coisa a ver com tal entendimento e seus seguidores deveriam ser formalmente excomungados (Justino e Jerônimo sobre Isaias XVII.2; P.L. XXIV, p.184) os judeus deveriam evitar toda e qualquer espécie de discussão com os nazarenos. (Justino XXXVIII; Nd Oregon, Celus, VI. 27; P.G. XI, p. 1333)... As cartas continham uma cópia do ‘Birkat Minim’ com instruções para incluí-la nas Shemoneh esrei(dezoito bênçãos). O amaldiçoar Yeshua diariamente nas sinagogas está intimamente associado a estas cartas. (Justino XVI, XLVII, XCV, CXXXIII)... Todas as três inscrições insistem no caráter oficial dessas cartas e sobre sua ampla dispersão” (James Parkes: “The Conflict of the Church and the Synagogue.” Pg. 78-80)

Ainda mais evidências desta conspiração podem ser encontradas em documento conhecido como ‘Atos de Pilatos’. Este documento admite o encobrimento para negar verdades messiânicas porque iriam dividir a sinagoga daquele período. Pilatos escreveu uma carta a Tibério Cesar na tentativa de explicar por que ele matou Yeshua.

“O próximo desenvolvimento foi que o sumo sacerdote, também impressionado com os acontecimentos da crucificação, convoca uma reunião para examinar cuidadosamente se as profecias são realmente uma prova de que Yeshua era o messias. A reunião descobre que ele, Yeshua, era o messias; sua decisão chega aos ouvidos de Pilatos que os conjura a dizer a verdade. Eles admitiram esconder o fato, para que não houvesse um cisma  em nossas sinagogas. Eles imploraram para que Pilatos mantivesse silêncio. Pilatos, no entanto, escreve ao imperador Tibério que ‘os judeus, por inveja, puniram a e a sua posteridade, com terríveis juízos de sua própria culpa porque Elohim enviara seu Santo, e quando ele veio e realizou obras maravilhosas, os sacerdotes, por inveja, o entregaram a mim e eu acreditando meles o crucifiquei.” (James Parkes: “The Conflict of the Church and the Synagogue”. Pg 103)

Nota do tradutor:
É de nossa opinião que o referido documento (Atos de Pilatos), devido à datação dada por boa parte de estudiosos (meados do Séc. IV d.C.), deve estar sob suspeitas, pois este pode ter sido “adaptado” aos interesses do cristianismo romano, além, é claro, de ter sua autenticidade questionada.

Jacob Jocz, Um professor judeu e estudioso, embora concordando com as reivindicações de Yeshua, é muito honesto com os fatos em seu livro, “The Jewish People and Jesus Christ”:

“A Shemoneh esrei (Dezoito bênçãos), que é uma tefilah (oração) por excelência e o ponto central das três orações diárias, contêm uma benção estranha e muito discutida, a ‘Birkat Minim’. É evidente a partir da passagem do Talmud que os rabinos têm tentado encontrar alguma justificativa para a introdução da ‘maldição’, na sublime oração Shemoneh Esrei. Os erudito judeus têm mantido a muito tempo que a ‘Birkat Minim’ foi dirigida principalmente contra a heresia e apenas indiretamente contra os hebreus nazarenos. Mas mesmo Israel Abrahans, em suas notas para seu livro de Cânticos e Rezas diz que a ‘Benção’ foi dirigida contra... Sectários (Minim) dentro da sinagoga... O judeu crente em Yeshua era um perigo real e imediato para a sinagoga. Não pode haver dúvida de que foi feita para os ‘Minim’. Não havia nenhuma outra seita ou heresia que pudesse se comparar em importância com os nazarenos. Os nazarenos estavam mergulhados nas tradições do Judaísmo, muitos eram leais as tradições dos anciãos; eles eram espiritualmente avivados e cheio de zelo religioso; eles eram  acima de tudo agressivos e eram portadores entusiastas do maior patrimônio Judaico, a esperança messiânica. Eles eram perigosos porque tinham a vantagem de atacar o Judaísmo Rabínico por dentro. Era, portanto, imperativo que as sinagogas os isolassem. Para este propósito a ‘Birkat Minim’ foi composta. Loewe (Um estudioso judeu que ajudou a escrever, “A Rabbinical Anthology” com C.G. Montefiore) chama isto justamente de ‘teste de aprovação’; sendo sua intenção separar as ovelhas dos cabritos e obrigar os ‘minim’ a se declararem. Isto naturalmente causou a ampliação da ruptura entre os seguidores de Yeshua e os judeus, de modo que tornou impossível para os crentes em Yeshua adorar nas sinagogas... Seu principal era a auto defesa. Para este propósito, foi introduzido a ‘Birkat Minim’, ela alterou a liturgia; que mudou sua ênfase, especialmente no que diz respeito ao ensino messiânico; criando barreiras.” (Jacob Jocz: “The Jewish People and Jesus Christ”; PP. 51-53, 190).

“Mas no final do primeiro Século foi dada esta forma: ‘Que não haja nenhuma esperança para os apóstatas, e o reino da arrogância Tu arranques rapidamente em nossos dias e deixe que os nazarenos e hereges pereçam como num momento, deixe-os serem riscados do Livro da Vida e não sejam inscritos com os justos. Bendito és Tu YHWH que humilhas o arrogante’. Esta edição revisada foi autorizada pelo Sanhedrin e adotada nas sinagogas, de modo que os judeus crentes, mantendo o silêncio neste momento poderiam ser identificados e, assim expostos, excomungados. Os hereges ou ‘minim’ eram membros das seitas que o Sanhedrin reprovou. Foi só depois do ano 70 d.C. que podemos começar a falar sobre o Judaísmo normativo e de desvios de norma; nos dias do segundo Templo havia uma variedade muito maior de vida e prática religiosa judaica e uma única forma de ‘judaísmo’ não poderia reivindicar e representar o ‘Padrão’ pelo qual os outros estariam sendo julgados.” (F.F. Bruce: “New Testamente History”; New York, 1971, PP 385-386).

“O consenso entre os estudiosos contemporâneos afirma que enquanto esses líderes farisaicos estavam colocando sua própria casa em ordem, eles também criaram cercas contra a crescente influencia dos primeiros nazarenos, especificamente Raban Gamaliel II, que introduziu através da padronização e emenda da oração pública sinagogal, uma maldição contra os nazarenos. A décima segunda parte litúrgica editada em Yavneh diz, numa revisão do texto palestino dos materiais da Genizah: ‘Deixem os nazarenos e os minim perecerem rapidamente’. O Judaísmo em sua busca pela sobrevivência, aparentemente, foi ameaçado pelos nazarenos. Em resposta, Yavneh não só formulou uma visão negativa dos nazarenos, mas propositadamente visava a exclusão dos nazarenos dos serviços judaicos. Um ato de excomunhão foi aplicado por atividades missionárias de Yavneh... O consenso ainda favorece a visão de os nazarenos foram incluídos no texto litúrgico original e que Yavneh intencionava a designar os judeus crentes a maldição. Este argumento central da tese de Davies será demonstrado historicamente insustentável.” (Rabbi Asher Finkel: “Yavneh’s Liturgy and Early Christianity”).

“Parece provável que algumas das ações tomadas em Yavneh foram dirigidas contra os nazarenos, cuja atividade sectária ameaçava a unidade da comunidade judaica” (Rabbi Phillip Segal: “The Emergence of Contemporary Judaism”. Appendix, 1981).  
   
“Eles revisaram em Yavneh, após longo tempo próximos dos ensinamentos dos ‘Notzri’ (nazarenos)...” (Rashi quoted in Nazarene Jewish Christianity; Rav, A. Pritz, p. 104).

“… Que o cisma foi resultado da definição halachica da identidade judaica, usando um regulamento para definir o judeu de nascimento... E a reação rabínica para os primeiros crentes, e discute as narrativas que ilustram contato rabínico com judeus crentes. Ele conclui que os nazarenos eram considerados inicialmente como ‘minim’ (judeus que tinham crenças heréticas...” (Contra capa do Livro: “Who was a Jew?” Por Lawrence H. Schiffman,  professor de Estudos Hebreus e judaicos da Universidade de Nova York).

“Certo número de restrições tanaiticas dirigida contra os ‘minim’ referiam-se claramente aos primeiros judeus crentes, como pode ser demonstrado a partir de seu conteúdo e data. Estes regulamentos mostram como os rabinos tentaram combater as crenças que eles consideravam fora do âmbito judaico sem nunca rejeitar o judaísmo daqueles que os praticava... Na verdade, esta benção provavelmente foi um longo caminho para fazer o judeu crente se sentir indesejável na sinagoga e levando-os a adorar separadamente.” (Prof. Schiffman: “Who Was a Jew?”).

“Sobre os Sifrei HaMinim” (Livros dos Hereges), em Tosefta Shabat 13:5, afirma-se que os gilyonim (rolos de pergaminho) e os ‘Sifrei HaMinim’, não podem ser salvos do fogo no Shabat, mas devem ser queimados ainda que contivessem os nomes divinos. Em um dia da semana, no entanto, de acordo Yose ha gelili, esses nomes deveriam ser cortados e o resto queimado, pois de acordo com R. Tarfon, ao contrário dos idolatras comuns que não conhecem a Elohim e, portanto não negam, os ‘minim’ são aqueles que reconhecem a Elohim, mas, no entanto, negam. R. Ishmael acrescenta que esses livros trazem inimizade entre Israel e o seu Pai Celestial, presumivelmente porque eles os levariam a se afastar do verdadeiro caminho; os ‘minim’ deveriam, portanto, ser evitados (referindo-se ao Tehilim 139. 21-22). Por gilyonim se entende textos evangélicos, como é declarado explicitamente na versão sem censura de Shabbat 116A por Meir (Século II) e Yochanan (Séc. III), que, satiricamente fazendo um trocadilho com o termo ‘Evangelion’, os chama de ‘gillayon avem’ (rolo da falsidade) e ‘gillayon avon’ (rolo do pecado) respectivamente (ver Rabinovitz, DIK. SOF. 260, n. 60). Por esta razão, a despeito de citações bíblicas e dos nomes de Elohim contidos nestes textos evangélicos, eles são permitidos queimar. O termo ‘Sifrei ha-minim’ é, no entanto, um pouco mais problemático. Bacher (em REJ, 38 ‘1899’; 38-46), seguido por Buechler e outros, interpreta como significando rolos da Torah escritos pelos ‘minim’ (cf. Sif. Num. 16; ver A. Buechler: ‘Studies in Jewish History -1956; 272). Mas o termo como encontrado em Hagigah 15B (ver DIK. SOF., 59, n. 3) e em Sanhedrin 100B (DIK. SO., 303, n. 10) claramente não ter esse significado, mas significa escritos heréticos. Moore (Judaism, 1 ‘1946’, 86 f., 243f.), S. Lieberman (Tosefta ki-Feshutah) e outros, sugerem que ‘Sifrei ha-minim’ refere-se a escritos cristãos que abundam em citações bíblicas (reinterpretadas)” (Enciclopédia Judaica)

Os nazarenos expunham que o verdadeiro ‘judaismo’ era todo sobre o messias Yeshua. A hierarquia religiosa não poderia lidar com isso. Era perigoso para o ‘novo Judaísmo Rabínico’ que eles construíram após a destruição do Templo para proteger o povo da assimilação e para desenfatizar a divindade de Yeshua.   Pergunta: Isso foi feito? Eles conseguiram?

“A tendência do judaísmo pós-Yeshua era diminuir o dogma messiânico para enfatizar a natureza humana do messias.” (A. J. B. Higgins: “The Jewish Messianic Belief in Justin Martyr’s Dialogue with Trypho”. New York 1979, p. 183).

Descobertas Recentes.

Mesmo as descobertas mais recentes na terra do Egito, provando que as palavras originais eram ‘minim’ e nazarenos. Os rabinos modernos negam que a ‘Birkat Minim’ era usada para excomungar os nazarenos das sinagogas do primeiro ao quarto Século. Muitos rabinos modernos até mesmo negam que existiu uma grande comunidade nazarena. O grande estudioso judeu, o rabino Sh’muel Safrai admitiu que F. F. Bruce é preciso. Rav. Safrai escreveu um livro intitulado: “A History of the Jewish People”, que serve como uma segunda testemunha para a pesquisa de F. F. Bruce:
“Durante a era de Yavneh, de imediatamente após a destruição do Templo, até a revolta de Bar Kochba (70-132 d.C.), muitas medidas foram tomadas que tiveram influencia decisiva sobre a coesão da nação contemporânea. Os sábios conseguiram ganhar o controle sobre os diferentes grupos e tendências que estavam competindo dentro da nação... Passos decisivos também foram dados para cortar o messianismo... Uma dessas medidas foi a inserção na oração Amidah, de uma décima nona benção adicional, a ‘Birkat Minim’, que em sua primeira forma palestina foi dirigida principalmente contra judeus messiânicos, que não teria qualquer esperança em sua crença de que o Messias já teria aparecido na Terra.” (H. H. ben-Sasson & Sh’muel Safrai: “A History of the Jewish People.” Part. IV, Tel Aviv 1969,1976 p. 325).

“A terra entrou em erupção novamente em 132 d.C. Os judeus recrutaram um exército. Os judeus crentes que se recusaram a servir foram tratados com severidade e desprezo.” (“Wandering”; por Chaim Potok, pg 293)

“Os judeus crentes estavam sofrendo tanto quanto os demais judeus, se não mais, sob o jugo romano e teriam, em circunstâncias normais se juntado aos judeus na rebelião, mas já tendo seu messias (Yeshua), eles não poderiam aceitar outro, no caso, Bar Kochba e, portanto não podiam juntar-se aos judeus no confronto contra os romanos.” (Jews, G-d and History; por Max I. Dimont, pg 108).

G. Alon, um especialista sobre o judaísmo do primeiro Século, tem escrito sobre o medo dos nazarenos que os rabinos sentiam:

“... Estes sectários (nazarenos), que não tinham desistido de sua identidade judaica.”

O que temos é uma mescla entre nazarenos e judeus não crentes, de tal forma, que ninguém poderia distingui-los nas sinagogas. Assim, a ‘Birkat Minim’ teve que ser inventada pelos sábios para manter os nazarenos longe das sinagogas tradicionais. Mas, na realidade, esse era o resultado final. O objetivo da ‘Birkat Minim’ era conscientizar todos os judeus de que os nazarenos fossem considerados como apóstatas e não podiam ser mais chamados de Judeus! Os sábios declararam que os seguidores de Yeshua, o messias, não poderiam mais ser considerados parte da comunidade judaica nem do povo judeu. Havia um grande medo de que qualquer contato com aqueles que cressem em Yeshua, levaria o Judaísmo à destruição (G. Alon: “The Jews in their Land in the Talmudic Age”; Vol. 1, Jerusalém, 1980, p. 307. Ver também: “The Dead Sea Sect & Pré-Pauline Christianity”; por David Flusser).

“Qualquer diálogo inter-religioso é destrutico para a comunidade judaica como um todo” (Rabbi Aron Lieberman da sinagoga Inverrary-Chabad).

“Vinde e ouvi: Os espaços em branco acima e abaixo, entre as seções, entre as colunas, no início e no final do livro, contaminam as mãos. Pode ser que (quando estão), juntamente com o rolo da Lei sejam diferentes. Venha ouvir: os espaços em branco e os livros dos ‘minim’ não podem ser salvos de um incêndio, mas eles devem ser queimados em seu lugar, eles e os nomes divinos que estão neles. Agora, certamente, o que significa as partes em branco no rolo da lei? Não: os espaços em branco nos livros dos ‘minim’. Vendo que não podemos salvar os livros dos ‘minim’ em si, precisam de seus espaços em branco para se afirmar? Este é o seu significado: Os livros dos ‘minim’ são como espaços em branco.” (Talmud trat. Shabbat 116A).

“... E se o fazem voltar (para seus maus caminhos) nem eles alcançam os caminhos da vida (Ib.), Hanina, filho do irmão de R. Yehoshua chegou a Cafarnaum e os ‘minim’ fizeram um feitiço sobre ele e o colocaram sobre um jumento no Shabat. Ele foi ao seu tio, que o ungiu com óleo e ele se recuperou (do feitiço). R. Yehoshua disse a ele: ‘desde o jumento dessa pessoa, o mal se despertou contra ti, você não pode residir na terra de Israel.’ Então ele desceu até a Babilônia, onde morreu em paz. Um dos discípulos de R, Yonathan fugiu (para os ‘minim’). Ele veio e o encontrou em sujeição a eles. Os ‘minim’ enviaram a seguinte mensagem após ele: Não está escrito assim: ‘Lança a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa’(Prov. 1.14)? Ele fugiu e os perseguiu. Diseeram-lhe: Rabbi, faça um ato de bondade para uma certa noiva. Ele foi e encontrou uma menina arrebatadora. Ele exclamou: Este é o caminho para os judeus se conduzirem! Eles responderam-lhe: Mas esta escrito na Torah: lança a tua sorte entre nós, teremos todos uma só bolsa? Ele fugiu e eles o perseguiram até que ele veio até a porta  (de sua casa) e a fechou em seus rostos. Eles disseram: R. Yonathan, vá, diga a sua mãe que você não se virou e olhou para nós; mais do que perseguimos você, você teria nos perseguido. Os ‘minim’ costumavam ter relações com r. Yehudah ben Nakosa. Eles constantemente faziam perguntas que ele sempre foi capaz de responder. Ele disse-lhes: Em vão  vocês trazem argumentos triviais. Vamos concordar entre nós quem vence seu oponente (em debate). A mulher por causa de seu arrependimento, ‘morreu’ para sua vida passada e nunca a viveria de novo (Herford, op. cit., p. 190). A cidade da Galiléia (Mat. 4.13). Uma alusão a Yeshua. Assim Herford traduz (op. Cit., p. 215) encontrou-a cozinhando (para os ‘minim’ que compartilhavam todas as coisas em comum). Os primeiros ‘cristãos’ eram acusados de entregar-se voluntariamente ao amor”. (Ecc. Rabbah 1:25)

Nos modernos livros de orações, as palavras ‘minim’ e ‘notzrim’ (nazarenos) foram retiradas. No livro de orações sefaradita a palavra ‘minim’ está intacta. No entanto, a palavra ‘nazarenos’ não está mais lá. Nos países não sefaraditas, devido a questões relacionadas com a benção (Birkat Minim), as palavras foram retiradas do sidur (livro de orações). O fato da palavra ‘notzrim’ aparecer no fragmento da Amidah do Cairo (ver abaixo) mostra que houve um encobrimento. Quantas vezes demoraram a documentar um evento? Uma vez! Ray Pritz, autor do “Nazarene Jewish Christianity”, escreve:

 “Se tem sido reconhecido que  a auto-censura rabínica de material anti-messiânico era mais extensa nos países onde a igreja controlava a vida civil, este foi também claramente o caso com a excisão das palavras ‘minim’ e ‘notzrim’ nas áreas elas (Birkat Minim) tinham sido adicionadas na décima segunda benção”

Até mesmo partes do Talmud têm sido censuradas ou alteradas:

“Na primeira impressão Veneza do Talmud, encontramos o comentário de Rashi (ausente nas edições posteriores censuradas) em Brachot 30A (28B na paginação atual); eles revisaram-na (a décima oitava benção da antiga Amidah, oração sinagogal, adicionando uma maldição (décima segunda benção) contra os judeus crentes em Yeshua)... Em Yavneh, depois de muito tempo próximos do ensino do Notzri (Yeshua), que alteravam (na opinião distorcida de Rashi), os caminhos do Elohim Vivo.” (Nazarene Jewish Christianity; Ray A. Pritz. Ver também “Halakhot Gedolot.” Ed. Hildesheimer, Berlin, 5652, p. 27)

Em 1925 um fragmento (TS 8. H24) do documento original BHM (Birkat HaMinim) foi encontrado na sinagoga Ben Ezra no Cairo. Os fragmentos foram encontrados em uma câmara secreta na sinagoga, neste fragmento a palavra ‘notzrim’ foi encontrada ao lado da palavra ‘minim’ como um substantivo esclarecedor porque os ‘notzrim’ foram a maior seita de crentes em Yeshua. Este fragmento lê a liturgia assim:

“Que os apóstatas não tenham esperança, a menos que eles retornem para Tua Torah e que os ‘notzrim’ (nazarenos) e os ‘minim’ desapareçam em um instante. Que eles sejam apagados do livro da vida e não sejam inscritos com os justos.”

Temos que admitir a partir deste fragmento, que ‘notzrim’ (nazarenos) e ‘minim’ são sinônimos e que ambos os termos se referem aos crentes em Yeshua. Isto é testemunhado por Jerônimo, que reconheceu:

“Havia uma seita de judeus chamada ‘minim’, tamb´m conhecida como ‘notzrim’ (nazarenos). Eles queriam ser tanto judeus quanto messiânicos...” (Ibid, PP. 288-290).

Depois que os rabinos conseguiram eliminar os nazarenos de suas sinagogas por meio da ‘Birkat Minim’ e alcançarem seu objetivo de separar os nazarenos do povo judeu, alteraram a redação da ‘Birkat Minim’ removendo as palavras ‘notzrim’ (nazarenos) e ‘minim’, isso foi feito a fim de encobrir seus projetos de adicionar a “benção” à Amidah. A moderna ‘Birkat Minim’ contém as palavras “caluniadores” em vez de ‘minim’ ou ‘notzrim’ (nazarenos).
A Arqueologia diz a verdade, não importa o que os rabinos modernos digam para nos levar a acreditar sobre a ‘Birkat Minim’. Todas as suas tentativas de esconder a razão para esta “benção” foram em vão porque eles não contavam que estes fragmentos fossem encontrados mil e novecentos anos mais tarde. Esses escritos foram salvos contrariando completamente a intenção de quem os guardou lá. (Ver Paul E. Kahle: “The Cairo Genizah”; 1959 pg. 4).  

Só Mais um Tijolo no Muro.

Muitos podem perguntar: “Porque os rabinos querem manter o povo judeu afastado de Yeshua, se ele pode ser provado ‘judaicamente’ como Messias?” A resposta está aqui: Os sacerdotes na época de Yeshua se recusaram a aceitá-lo por causa da corrupção na hierarquia religiosa da época. Cerca de cinqüenta anos mais tarde, os rabinos de Yavneh decidiram salvar o povo judeu como um grupo cultural. Esta salvação cultural foi a custa de uma salvação pessoal dos indivíduos. Os rabinos tomaram a decisão de salvar o corpo do Patrimônio Cultural Judaico em detrimento da alma de cada indivíduo judeu. Isto foi errado porque os nazarenos preservaram a herança cultural judaica, embora acreditassem que Yeshua fosse o Messias. Não houve assimilação à cultura gentia como temiam, até Yehudah (Judá) cortar os laços com os nazarenos. Os primeiros nazarenos mantinham a Torah e ensinavam aos efraimitas (descendentes das Dez tribos Perdidas de Israel, que eram considerados gentios pelos judeus) a observar os mandamentos e a Torah de Moshe.

“Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem à YHWH. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, do sexo ilícito, do que é sufocado e do sangue. (Ver Lev. 3.17; 7.26; 17.10 – 13; 19.26; Deut. 12.16,13). Porque Moshe, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e a cada shabat é lido nas sinagogas.” (Atos 15. 19 - 21).

“E ouvindo-o eles, glorificaram a YHWH, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus há que crêem, e todos são zelosos da Lei.” (Atos 21.20)

“E aconteceu que, três dias depois, Sha’ul (Paulo) convocou os principais judeus, e, juntos eles, lhes disse: homens irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo, ou contra os ritos paternos, vim, contudo, preso desde Yerushalayim, entregue nas mãos dos romanos; os quais havendo me examinado, queriam soltar-me, por não haver em mim crime de morte. Mas, opondo-se os judeus, foi-me forçoso apelar para Cesar, não tendo, contudo, de que acusar a minha nação.” (Atos 28. 17-19)

Não foram os nazarenos que ergueram muros e barreiras, mas os rabinos. Este muro de separação, incluindo a lei de não receber orações de cura dos nazarenos. Apesar dos protestos dos rabinos modernos, que dizem: “Barreiras? Ninguém de nosso povo nunca acreditou em Yeshua... Ele só foi aceito pelos não-judeus (goyim)!

“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz e pelo madeiro reconciliar ambos com Elohim em um corpo (ver Gên. 47. 18; Sal. 16. 9-10; Jó 19. 25-27; Is. 53. 11)matando com ele as inimizades. (Efésios 2. 14-16)

“Ele vai pensar que ele está apenas pedindo-lhe, e assim como ele está pedindo-lhe, então ele também pedirá a outros, de modo que esse homem (dando conselhos errados) teria sua reputação estragada. Disse Raba em nome de R, Yochanan (alguns dizem R. Hisda em nome de R. Yochanan): No caso onde há dúvidas se (o paciente) irá viver ou morrer, não podemos deixar eles curarem; mas se ele certamente morrerá, podemos permitir-lhes curar. Morrer? Certamente ainda há uma hora de vida (para ser considerada)! A duração da hora não é considerada. Que autoridade você tem  para dizer que a hora de vida não é considerada? As palavras das Escrituras, se dizemos: Vamos entrar na cidade e então houver fome na cidade e morrermos lá. Agora há a hora de vida (o que eles podem perder)! Isto implica que a hora de vida não deve ser considerada. Uma objeção foi levantada: Nenhum homem deve ter qualquer relação com os “minim”, nem é permitido ser curado por eles arriscando a hora de vida. Aconteceu uma vez com ben Dama, o filho da irmã de R. Ishmael, que foi mordido por uma serpente e Ya’akov, um nativo de Kefar Sekaniah ( provavelmente  ‘Tiago’ da Brit Chadashah), veio para curá-lo (algumas leituras dizem Yeshua ben-Pandira – um apelido para Yeshua), mas R. Ishmael não deixou; no que ben Dama disse: ‘meu irmão R. ishmael, deixa-o, para que eu possa ser curado por ele, vou até citar um verso da Torah que o permite’; mas ele não conseguiu completar sua fala, quando sua alma partiu e ele morreu. Ao que R. Ishmael exclamou: Feliz és tu ben Dama, de ires puro em corpo e tua alma também te deixaste em pureza, nem transgredistes as palavras de teus colegas, que disseram: Aquele que atravessa uma cerca, uma cobra o morderá? Mas é diferente em relação ao ensinamento dos ‘minim’, pois  podemos atravessar (a cerca) para retirar alguém que teve relações com eles – os nazarenos).” (Talmud – Mas. Avodah Zarah 27B)

Nós também temos uma prova histórica de que a benção messiânica na oração “ET Zemah” foi removida, a fim de parar o movimente messiânico entre o povo judeu. Dr. Yehudah Liebes, professor judeu israelense da universidade hebraica de Jerusalém, escreveu em “Immanuel”, em 1987:

“Os primeiros crentes não se separaram da comunidade de Israel, mas adoravam nas mesmas sinagogas e até mesmo serviam como líderes de oração. Pode-se, portanto, concluir que durante a primeira geração seguinte a Yeshua, estes judeus ainda não eram rejeitados e nem considerados como um perigo. Essencialmente não houve discordância entre eles e outros judeus, salvo o que diz respeito à identidade do Messias, que era o tipo de pergunta que R. Yochanan ben Torta sobre as reivindicações messiânicas de Bar Kochba. É verdade que os crentes acreditam que o seu messias já havia deixado este mundo, mas esta identidade não afetava sua esperança básica para a vinda do Messias e a redenção nacional... Era bem natural que os judeus crentes desejassem introduzir uma mudança na oração que lidava com a vinda do Messias filho de David, ou seja, a benção “Et Zemah”. O que seria mais natural do que uma tentativa nazarena de mencionar o nome de Yeshua no âmbito desta benção? Assim, a fórmula ‘mazmiah geren Le David’ foi substituída por ‘mazmiah geren Yeshuah’. Ao fazer isso os judeus crentes não tinham a intenção de alterar o objetivo original desta benção, mas meramente reinterpretá-la a luz de suas próprias opiniões, utilizando a opção aceitável para variar as fórmulas de bênçãos... mas essa não foi a única mudança introduzida no livro de orações naquele momento. Naquela época, a benção ‘Et Zemah’ foi retirada do livro de orações, e a partir de então esta benção não era recitada no ritual palestino... A principal motivação para a eliminação da ‘Et Zemah’, foi a mesma que levou à introdução da ‘Birkat Minim’- ou seja, o afastamento dos ‘notzrim’ (nazarenos). Os sábios sabiam que os nazarenos expressavam sua crença em Yeshua nesta benção (Et Zemah)... Por isso, eles decidiram em Yavneh eliminar esta benção inteiramente, com todas as implicações envolvidas nela... Outra mudança anti-nazarena foi feita em Yavneh... O nome de David foi adicionado à benção anterior, concluindo a benção para Jerusalém com a fórmula, Elohei David u’vonei Yerushalayim.”  (Dr. Yehudah Liebes: “Who makes the Horn of Jesus to Flourish.” Immanuel #21. Summer  1987)

Todos os depoimentos acima, de judeus crentes e não crentes, fará com que os rabinos modernos se contorçam em suas cadeiras por causa da oposição tradicional, que diz que não se pode crer em Yeshua e permanecer judeu. Contra esta oposição, vejamos as palavras de certo rabino:

“Eu não sou cristão. Eu sou judeu. Eu nasci judeu e vou morrer judeu... não, eu não sou cristão, assim como Yeshua, Pedro ou Paulo não eram. Todos eram judeus. E eu sou um judeu. A única diferença é que eu acredito que Yeshua é o Messias, assim como os discípulos eram, assim como os crentes em Jerusalém. Eles não eram cristãos, mas judeus seguidores de Cristo.” (Isidor Zwirn, o rabino de Burbank).

Eles consideram qualquer judeu que creia em Yeshua, como um apóstata da Fé. Eles podem negar afirmando que os judeus nunca acreditaram em Yeshua, mas isso é contraditório com as escrituras, seus próprios escritos, História e arqueologia. Os rabinos cantam e lêem sobre o Messias no seder, no sidur, no shabat e nas festas. A vinda do messias é o evento almejado no coração de cada judeu. No entanto, as suas instituições estão em silencio sobre o assunto. No entanto, os nazarenos são “mais judeus”, porque eles têm um maior entendimento das tradições por causa do Messias Yeshua. Você pode ser capaz de lançá-los fora das sinagogas tradicionais, mas não pode impedi-los de começarem sinagogas israelitas nazarenas. Este movimento remove a crise de identidade que os rabinos dos dois primeiros Séculos, procuraram criar para que os judeus não aceitassem Yeshua como o Mashiach (Ungido/Messias). Jacob Jocz tem escrito acerca das novas sinagogas:

“A formação de sinagogas separadas parece ter sido uma característica da vida judaica em Jerusalém. Logo foi adicionada, uma nova sinagoga, a dos nazarenos.” (Jacob Jocz: “The jewish and Jesus Christ”; pg 164).

“Os arqueólogos descobriram em Jerusalém, no porão do local do cenáculo, os restos de uma congregação judaico-nazarena do primeiro século que se reunia em uma sinagoga.” (Grant Jeffrey: “War in the Middle East & The Road to Armageddon, Toronto, 1991, p. 264).

Os primeiros crentes conservaram a sua observância da Torah e não se sentiam separados do judaísmo. Os primeiros crentes foram forçados a abandonar a torah pelos líderes católicos romanos. A luta então, não era mais uma luta interna entre judeus, mas uma batalha entre os nazarenos e os cristãos romanos. Mas isso meus amigos, é mais um capítulo da história da Fé uma vez entregue aos pais.

“Ouvi a palavra do Senhor, os que tremeis da sua palavra. Vossos irmãos, que vos odeiam e que para longe vos lançam por amor do meu nome, dizem: Seja glorificado o Senhor, para que vejamos a vossa alegria; mas eles serão confundidos.” (Isaías 66.5)

“A grande maioria dos judeus é firme defensora do princípio da liberdade de expressão. Mas em muitas sinagogas, se um judeu crente em Yeshua faz a sua fé pública, falando sobre isso, e tentando persuadir os outros a reconhecer o Messias, ele pode ser convidado a deixar a sinagoga e não voltar. Na verdade, uma vez eu assisti uma sinagoga pela primeira vez e em uma conversa privada, falei com o rabino sobre minha fé; sua resposta deixou claro que eu não seria bem vindo a voltar. O preço de um judeu messiânico tem que pagar para adorar Elohim com seu próprio povo é muitas vezes o silêncio sobre o trabalho histórico mais importante de Elohim! Arazão para tal comportamento é dada no versículo três (de Isaias 66). Felizmente, existem muitas situações sociais, tanto nas sinagogas como em outras configurações, onde isso não acontece, onde o povo judeu esta aberto a ouvir a explicação do evangelho. Eu encontrei este fato em Israel mais do que na Diáspora, porque os judeus da Diáspora, muitas vezes usam sua concepção do judaísmo sem Yeshua, para se defender da assimilação da cultura gentia circundante.” (Dr. David Stern).
  “Porque não me envergonho da besorah HaGeulah (Boas novas da redenção), pois é o poder de Elohim para geulah (redenção) de todo aquele que é fiel; primeiro do judeu, e também do grego.”  (Romanos 1.16).

Nota final do Tradutor.

Embora a opinião do autor do texto não represente 100% a visão deste tradutor, este artigo apresenta grande relevância devido a pesquisa realizada e ao número de fontes citadas, de modo que decidimos reproduzir este material para que os estudiosos das escrituras, assim como da História, possa ter uma informação a mais em sua busca por uma verdade.

Que O Eterno abençoe a todos.


Yochanan ben Avraham.

2 comentários:

  1. Muito esclarecedor, obrigada! Que o Eterno continue te iluminando.

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  2. Já havia lido! Reli novamente! Muito bom, na medida e que fornece algumas pistas para o embate em torno do Rav e Mashiach Yeshua.

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