Por Yochanan
ben Avraham
Nada pode ser mais fascinante e assustador do que a mente
humana. A capacidade que temos de criar ou destruir, orientar ou confundir,
muitas vezes nos surpreende. Somos capazes, inclusive, de mudar até mesmo a
imagem do Criador! Pense um pouco, se somos capazes disso, o que mais não poderemos
fazer? Isto é alarmante... A questão é: com o que estamos comprometidos, com a
ética, a justiça, o amor ou com o próprio ego? Pois isso fará toda a diferença
no uso da mente, é a partir deste ponto que as coisas começam a se definir, é
aqui que começamos saber se juntamos ou espalhamos, criamos ou destruímos,
esclarecemos ou confundimos.
Ficamos admirando os avanços tecnológicos, nos maravilhamos
com o que nossos aparelhos podem fazer sem nos darmos conta que por trás de
toda essa parafernália, no nascedouro de todas estas coisas houve uma mente
imaginando, criando meios para transportar algo que era abstrato, em realidade
concreta.
Infelizmente, menosprezamos nossas faculdades subestimando
as capacidades que nos foram concedidas pelo Criador e... Pior! Como disse no
início, usamos isso para perverter tanto o sentido de Sua existência quanto o Seu
caráter, pois é possível encontrar dissertações que acusam O Autor da vida de
assassino, O Juiz de toda terra de sádico e injusto, usando, (por incrível que
pareça) a própria bíblia... É lógico que os que assim fazem, utilizam
artifícios engenhosos, constroem verdadeiros mosaicos de citações bíblicas fora
de seus contextos, para criarem a imagem que desejam para provarem o que
quiserem! Logo, repito: Se fazem isso com O Criador, com quem não poderão
fazer? Não podem transformar um assassino num herói, um justo em um injusto ou
vice versa?
Sim é o comprometimento com as causas citadas (ética,
justiça, amor ou ego) que determinará o que faremos com as informações que
temos a respeito de tudo, Religião, Política, Pessoas e etc.
Neste cenário, é preocupante a situação de algumas pessoas
que, por força de uma condição (momentânea ou permanente), são como presas a
mercê de verdadeiros “predadores intelectuais” preocupados apenas em satisfazer
o próprio ego, saciando seu apetite por poder, vidas que se tornam com
freqüência, vítimas de criaturas viciadas na arte da manipulação.
As perspectivas não parecem boas... Um rebanho indefeso,
conformado a uma “vida de gado” esperando o abate, cuja trajetória se resume em
ir de um “curral” para outro. E pra piorar, os que dizem usar a mente...
mentem. Os que dizem querer libertar... Aprisionam. Por isso eu digo:
“Se for pra eu chegar
a algum lugar, que seja com minhas próprias pernas; se for pra ver alguma
coisa, que seja com meus próprios olhos; se for para ouvir algo, que seja com
meus ouvidos... Assim, não serei presa de ninguém.”
Porém, há muitos séculos atrás, um homem fez uma súplica ao
Criador:
“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos
corações sábios.” (Tehilim/Salmos 90.12)
Tempos depois, outro homem escreveu assim:
Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas
obras em mansidão de sabedoria.
Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração,
não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e maligna.
Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a
obra perversa.
Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica,
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e
sem hipocrisia.
(Ya’akov/Tiago 3.13-17)
Desta forma, surge no horizonte uma alternativa, pois um
parâmetro se apresenta e nossa alma cansada pode desfrutar, ainda que por um
breve momento, de um Oasis para nos refazermos e prosseguirmos em nossa jornada nesta
terra tão árida...
Shavua tov!!!
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